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editorial protagonistas de um passado histórico recente: lutas

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política feminina, cidadania, direitos reprodutivos e direitos sexuais e o<br />

enfrentamento da violência doméstica e sexual. Dessa forma, o programa<br />

vem refletindo as tramas sociais que permeiam o acesso das mulheres ao<br />

po<strong>de</strong>r, difundindo suas conquistas e os princípios feministas pelas ondas<br />

sonoras. É <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa caixa <strong>de</strong> ressonância das <strong>lutas</strong> femininas e <strong>de</strong><br />

mediação social que falam as lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> <strong>um</strong> movimento que vem<br />

incentivando as mulheres a ocupar seu lugar no mundo público. Trata-se <strong>de</strong><br />

<strong>um</strong>a estratégia para romper com o estigma <strong>de</strong> que o ambiente doméstico<br />

<strong>de</strong>ve ser o único espaço <strong>de</strong> expressão <strong>de</strong>las.<br />

Os exemplos indicam que, tanto as reflexões teóricas quanto as<br />

discussões políticas sobre o papel social do rádio têm ganhado cada vez<br />

mais a<strong>de</strong>ptas e maior espaço <strong>de</strong>ntro do movimento <strong>de</strong> mulheres na Mata<br />

Sul. Notamos que o Rádio Mulher, junto com outras estratégias <strong>de</strong><br />

ocupação <strong>de</strong> espaços públicos, reflete o posicionamento crítico do<br />

movimento. Mais do que a<strong>de</strong>quar as ativistas às engrenagens da indústria<br />

cultural, o feminismo parece querer conquistar o rádio para, também por<br />

meio <strong>de</strong>le, “inscrever as mulheres na história” (SCOTT, 1995, p.73).<br />

Nem a invisibilida<strong>de</strong> na esfera privada, nem a superexposição dos<br />

holofotes da imprensa na esfera pública. Ao enten<strong>de</strong>r a importância da<br />

qualificação para esse diálogo com a socieda<strong>de</strong>, mediado também pelos<br />

meios <strong>de</strong> comunicação, as ativistas apostam na conquista <strong>de</strong> novos (as)<br />

aliados (as) para seu projeto político para imprimir mudanças nas relações<br />

sociais e a <strong>de</strong>mocratizar a vida cotidiana.<br />

Ao compreen<strong>de</strong>r que qualquer transformação cultural em curso no<br />

Brasil precisa consi<strong>de</strong>rar os veículos <strong>de</strong> comunicação, o movimento<br />

apresenta as mulheres organizadas como sujeitos políticos com habilida<strong>de</strong><br />

para imprimir seu discurso na socieda<strong>de</strong>, lançando o olhar feminista para a<br />

mídia como “lócus privilegiado da ação política” (JORDÃO in LIBARDONI e<br />

LIBARDONI,1999, p.119).<br />

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