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“De quem é a responsabilidade do cuidado?” O papel das mulheres no processo dedesinstitucionalização da pessoa em sofrimento psíquico.dades de demanda ou ‘repassá-lo’, ao se depararcom a complexidade das questões” (grifos meus).Para esses autores, o conceito de cuidados vaiestar vinculado às diferentes complexidades sociaisvividas pelos usuários de saúde mental, não limitandoos sujeitos como pessoas desligadas do corpo social.Entretanto, sabe-se que é sempre aquele membroda família que, diariamente, reside, acorda e convive como usuário de saúde mental. Mesmo com todas as estratégiasque se têm criado, é o familiar aquele que convivee sofre todos os impactos da desospitalização, sejam elespositivos e/ou negativos. A partir dessas referências, cabeanalisar os impactos dos cuidados sobre as famílias, já queelas fazem parte da cogestão do cuidado. Para Alves (2001),o cuidado integral só pode ser concretizado no contexto dosnovos paradigmas da atenção em saúde mental, ou seja, nomomento em que se construa e se atinja a integralidade daassistência prevista. Essa estratégia de cuidados rompe coma concepção do modelo assistencial tradicional, deslocando aideia reducionista de que os usuários são meros “pacientes”,pessoas simplesmente passivas diante dos cuidados preconizados.Ao visar, assim, a construção da cidadania, pretende queos cuidados viabilizem formas de proteção para além de sinaise sintomas psicopatológicos (Guljor e Vidal, 2006:81). Assimsendo, na perspectiva em foco, a produção de saúde não é só aextinção de doenças, mas a produção de sujeitos. Haveria, então,o compartilhamento da responsabilização do cuidado dos usuáriosentre as equipes de serviços de saúde mental, atenção básica,assistência social e outros dispositivos, e os familiares procurandoconstruir a rede social de cuidados.Na pesquisa realizada por Campos e Soares (2005:222),destaca-se que as famílias são um forte aliado no enfrentamento ena construção dos cuidados do usuário de saúde mental. Entretanto,os autores vão destacar a sobrecarga doméstica/parental em relaçãoao provimento desse cuidado, que pode ser potencializada por diversosfatores, inclusive pelo estresse emocional e econômico, aos quais asfamílias se submetem. A presença dos usuários vai afetar as diferentesformas de organização do núcleo familiar, inclusive no caso de ser umapessoa que não tenha vínculos diretos com os membros da família. Issose agrava quando a rede de assistência em saúde mental, ou seja, arede secundária (Castel, 1998) não funciona, já que as estratégias doscuidados são construídas em conjunto, não se limitando às famílias.109

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