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A construção das intervenções educativas em saúde junto à pobrezado descaso do Estado com os problemas populares,vão configurando-se iniciativas de busca de soluçõestécnicas construídas com base no diálogo entre o saberpopular e o saber acadêmico (Vasconcelos, 2001).A pobreza é então reconhecida como questãosocial e o novo porta-voz da pobreza passa a ser ocientista social, dentre eles os educadores. É nessa épocaque as primeiras experiências de Educação Popularproposta por Paulo Freire ganham espaço no campo dasaúde. A principal proposta da mesma é a valorizaçãodos múltiplos saberes existentes para além das fronteirase delimitações do saber formal ou acadêmico. Para Freire(1996) há necessidade do reconhecimento e valorizaçãodas potencialidades das diversas populações e não só dosseus aspectos negativos. Freire acreditava na educaçãocomo instrumento transformador da sociedade defendendoa docência como instrumento de liberdade respeitando o conhecimentotrazido pelos educandos e ao senso comum, emresposta ao autoritarismo muitas vezes presente nas práticaspedagógicas tradicionais.Nos anos 70 com o regime militar, a questão da pobrezapassa a ser considerada antagônica ao projeto de Brasil comoo país do futuro e com a imagem de desenvolvimento aceleradoque se procurava construir, sendo o debate da pobreza colocadoà margem e o seu maior símbolo, as favelas, voltaram a ser alvosde políticas de controle e remoções (Valla, 1986). Os movimentossociais ligados a saúde se fortalecem e passam a fomentar experiênciasde ações e serviços comunitários em saúde desvinculadasdo Estado e integradas a dinâmica social das localidades onde sedesenvolveram (Stotz, 2005).Nos anos 80 com a abertura política do país, movimentos populares,que já tinham avançado na discussão das questões de saúde,passam a reivindicar serviços públicos locais e a exigir participaçãono controle de serviços e unidades já existentes.Dos anos 90 até os dias atuais verifica-se uma aproximação devariados atores e instituições como universidades e ONG’s, tanto daquestão da pobreza, quanto das favelas como campo de pesquisa eintervenção. As experiências de educação popular tem se desenvolvidoem sua grande maioria em nível local, muitas vezes atreladas a projetose instituições do terceiro setor como organizações não-governamentais(ONG’s), organizações sociais (OS’s), organizações da sociedade civil deinteresse público (OSCIP’s), etc. muitas vezes baseadas no discurso deineficiência ou mesmo da falência do Estado, quando não da necessidadeda filantropia.127