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Carla LadeiraIntroduçãoAs sociedades evoluem e com elas novas dimensõesdo saber. O peso entre a evolução e o legado culturalnem sempre beneficia com uma balança equilibradacom equidade. O ser humano existe porque comunica enum contexto histórico-cultural, desenha a sua identidadee afirma os seus valores.No âmbito da deficiência, condição com que algumaspessoas nascem ou adquirem, a sociedade tem debatido eimplementado novas políticas e abordagens. Em sociedadesmenos desenvolvidas encontramos uma mentalidadefortalecida por crenças e valores ancestrais que por vezes,revelam grandes dificuldades em aceitar a condição da diferençana deficiência. Em Moçambique, encontramos um meiourbano pequeno que começa a questionar e a movimentarmudanças políticas, como aconteceu em 2010 com a ratificaçãoda Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência.No entanto, o Moçambique rural está marcado por crençase atitudes que geram discriminações e atentados aos direitoshumanos. O estigma está muito relacionado com a falta deoportunidades e enquadramento das pessoas com deficiênciana sociedade, o que gera exclusão e baixas expectativas quantoao futuro destas pessoas. Mas se por um lado as famílias nãotêm acesso a informação para poderem compreender a deficiênciade uma outra maneira, por outro lado os profissionais dosserviços básicos, como educação, saúde e acção social, tambémnão estão formados em especialidade e perpetuam este ciclo denegação e exclusão.Na análise das dinâmicas familiares, a tônica tem sido colocadanuma perspectiva do défice, dos problemas e ainda que sejaatravés de análises sistêmicas, muitas vezes não se valorizam ascompetências das famílias vulneráveis. A vulnerabilidade condicionaa possibilidade de resultados positivos perante situações de risco. Apobreza não é por si só uma condição de vulnerabilidade. Na actualidade,são já estudados padrões de vulnerabilidade em famíliasde estratos sociais mais elevados. No entanto, a pobreza condicionao funcionamento familiar, assim como o nascimento de uma criançacom deficiência. Se os serviços de apoio (formais ou informais) mantiveremesta análise sobre o problema e uma compreensão deficitáriada própria condição de deficiência bem como das políticas sociais deapoio, não estarão presentes elementos externos catalizadores parauma mudança no padrão das famílias. Os técnicos, além da formação einformação, devem desenvolver uma ressonância relacional e empática,com as famílias e crianças que apoiam.76

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