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A construção das intervenções educativas em saúde junto à pobrezaadoção de hábitos mais condizentes com os de umacidade limpa e moderna. Ciente desta necessidade oentão presidente Rodrigues Alves designa OswaldoCruz, biólogo e sanitarista, para ser chefe do DepartamentoNacional de Saúde Pública, que juntamentecom o prefeito Pereira Passos, seriam os responsáveispela reforma da cidade: se Pereira Passos foi o símboloda transformação urbana, Osvaldo Cruz pode ser consideradoo principal responsável pela reforma sanitáriadesencadeada na cidade (Smeke & Oliveira, 2001. p.118).No entanto, estas intervenções coercitivas e autoritáriasatuando sobre os corpos e sobre a moral doscidadãos, geravam um alto grau de descontentamento napopulação que incentivada pela participação de imigranteseuropeus portadores de ideologias libertárias e anarquistascompunham uma cultura avessamente sensível às práticas dedominação e exploração, fortalecendo movimentos de resistênciacomo a Revolta da Vacina (Smeke & Oliveira, 2001). Éimportante salientar como a oligarquia paulista apoiada peloscadetes da Praia Vermelha buscaram canalizar o movimentopara a derrocada do governo republicano (Sevcenko, 1993;Chalhoub, 1996; Maihy e Bertolli Filho, 1995).A Revolta da Vacina tornou-se emblemática da intervençãoautoritária do Estado na saúde e intimidade dos cidadãos. A metáforado corpo orgânico para falar da sociedade circula entre osmédicos sanitaristas de forma que a medicalização da sociedadeserviria para criação de condições ambientais que favorecessem aformação de corpos e mentes sadias condizentes com uma naçãopróspera e civilizada (Rago, 1985).Conforme apontam Valla & Stotz (1994) as reformas urbanase sanitárias empreendidas na cidade do Rio de Janeiro no início doséculo XX emergiram da necessidade capitalista de disciplinar corpose espaços, garantindo a acumulação, tanto de condições favoráveispara a produção e circulação de mercadorias, quanto para a formaçãode uma forma de trabalho disciplinada, controlada e sadia.Nas décadas seguintes, principalmente a partir dos anos 50, aação estatal na saúde se volta para a construção de um sistema previdenciáriopara as categorias profissionais mais organizadas e commaior peso econômico e político através das Caixas de Aposentadoria(Faveret Filho e Oliveira, 1990). Dois movimentos estão presentes nestemomento: as ações em saúde de caráter coletivo são esvaziadas em favorda expansão da assistência médica individual e a desresponsabilizaçãodo Estado e das políticas públicas no que se refere a intervenções nos125

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