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Institucionalização de crianças e adolescentes com deficiência: anotações para uma agenda de política pública.relevância neste eixo: com o passar do tempo, comofica o contato das crianças e dos adolescentes com aspessoas ligadas a eles fora do abrigo, sobretudo suasreferências familiares?Com o tempo, as crianças perdemparte de suas referências familiaresNosso estudo revelou que a maior parte das criançase dos adolescentes com deficiência contava com seusfamiliares no momento da entrada no sistema de abrigamento(75,9% nos abrigos específicos e 73,8% nos abrigosmistos). Contudo, para muitos, este elo foi sendo fragilizadoou perdido ao longo de sua trajetória institucional.Nos abrigos específicos para crianças e adolescentescom deficiência, esta proporção se reduziu de forma significativadesde a entrada no sistema até os últimos seis mesesque antecederam a pesquisa. Vejamos o que dizem os dados.Buscamos nos prontuários as indicações de pessoasque faziam parte da vida das crianças e adolescentes aoentrarem no primeiro abrigo, e ao entrarem no abrigo atual,bem como o registro de referências nos últimos seis meses dadata da pesquisa. Nesta ocasião, observamos que 15,2% 14 dascrianças/adolescentes nos abrigos específicos não contavamcom ninguém na época de entrada no sistema de abrigamento.Em seguida, constatamos que este percentual dobrou (30,4%)quando consideramos a entrada no abrigo atual. Essa proporçãosofreu ainda um aumento de cerca de 10% nos últimos seis meses.Isso significa que um terço (33%) das crianças havia perdido asreferências familiares que tinha ao ingressar no sistema de abrigamento.Em essência o que estes dados revelam é que para umterço da população em abrigos específicos, seu universo se reduziaà instituição. Significa também que seu destino vai se firmando comoum candidato ao confinamento institucional perene.Nos abrigos mistos, 10 entre 61 crianças e adolescentes (16,4%)não contavam com ninguém quando da entrada no sistema. Este percentualpassa para 21,3% quando se refere à entrada no abrigo atuale volta a 16,4% em relação aos últimos 6 meses. Cabe acrescentar queo tipo de metodologia empregada e as limitações do estudo não nospermitem analisar qualitativamente os significados destes números.Portanto, outros tipos de estudo se fazem necessários para aprofundar oconhecimento sobre as relações das crianças com seus pais ou responsá-14Este percentual refere-se a 17 casos dentro do total de 112 crianças e adolescentes encontrados nos abrigosespecíficos. Em 4 casos (3,6%) não foi possível obter a informação acerca de com quem estas crianças e estesadolescentes contavam.169

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