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Rachel Gouveia PassosA clientela que está em processo de saída de umainstituição psiquiátrica não experimentaria, pois, umúnico espaço de intervenção, mas muitos outros, concebidoscomo uma rede social com a responsabilidadede construção dos seus projetos de vida, individual ecoletivamente. Essa concepção torna necessária a saídada equipe multidisciplinar dos limites institucionais, e ummovimento de busca em conjunto com a rede primária(Ibidem), daí a intervenção junto ao território e à comunidade,modo de viabilizar a conjunção da integralidade eda intersetorialidade. A responsabilidade dessas ações estávoltada, pois, para os novos serviços abertos e comunitários.A falta de investimento na rede assistencial, entretanto,fragiliza o atendimento e o acompanhamento adequados dodoente; não dá atenção a necessidades assistenciais maisprementes; as famílias, isoladas diante dessa realidade,por diversas vezes, têm, como único caminho, a internaçãode seu ente adoecido. Isso nos mostra a fragilização com aimplantação da RPB, que vem sendo feita.Rosa (2009:187) observa:Embora a família seja entendida como um grupo aser protegido, no atual quadro de crise da materialidadedas políticas sociais (ausência ou limitação realde crise da material para as políticas e programas),permeia um forte risco de devolução de muitas funções,até então tidas como dever do Estado, para ogrupo de origem do indivíduo. A devolução de certasfunções para a família, frequentemente, emerge demaneira camuflada na própria precariedade e baixaqualidade dos serviços prestados.Com isso, as famílias tornam-se solitárias na prestação decuidados, que deveria ser compartilhada com a rede secundária,vivendo a dura responsabilidade de praticar atendimentos limitadose sofríveis. Cabe destacar que as propostas de desinstitucionalizaçãoexpressam uma retórica direcionada para princípios como liberdade,igualdade, inclusão social, provisão de cuidados sociais e em saúdeno território e na comunidade, prevendo, com isso, a produção doresgate da cidadania. Entretanto, na experiência em curso, verifica--se que as restrições são maiores do que a viabilização desse projetode cidadania. Nesses termos, passa a negá-la e, assim, a representara reprodução da lógica opressora manicomial, pois os cuidados quedeveriam ser exercidos em cogestão são uma sobrecarga para apenasuma das partes. O conjunto dos cuidados exercidos, desse modo, torna--se opressor, tanto para o usuário quanto para a família, restaurando,assim, a tutela ao invés da cidadania.110

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