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serviu durante a guerra peninsular, chegando ao posto de Capitão do regimento
de cavallaria n.° 3 em 28 de Janeiro de 1813. Achava-se n'esta situação, quando
foi eleito pela provincia do Alemtejo Deputado ás Cortes constituintes de 1821,
nas quaes se distinguiu por opiniões eminentemente liberaes, e propensas á
democracia, como se vê de seus discursos e votações nos Diários respectivos,
e também da Galeria dos Deputados muitas vezes citada, pag. 276 a 279. Deiois
da queda da constituição em 1823 sahiu com licença para França, onde o
Í
oi alcançar passado pouco tempo o decreto da demissão do posto de Major,
que já era no sobredito regimento. Achava-se em Londres quando em 1826,
proclamada a Carta, foi eleito Deputado á nova Câmara por três províncias, e
pelo Governo reintegrado no seu posto. Emigrado de 1828 até 1834, viveu
successivamente em Inglaterra, no Brasil, e em Hamburgo, até que as circumstancias
lhe permittiram voltar á pátria na classe de paisano, tendo elle próprio
sollicitado a sua demissão do serviço miütar em 1827. Inhabil para exercer as
fungcões de deputado por. falta do censo legal, um amigo desfez esse inconveniente,
assignando-lhe mediante escriptura publica uma doação annual de quatrocentos
mil réis, como se vê da Chronica de Lisboa, n.° 145 de 21 de Junho
de 1834. Foi eiíectivamente eleito membro da Câmara de 1834, e depois das
Cortes constituintes de 1837, que, abandonou quasi desde o principio com licença
illimitada, dando, ou tomando exemplo do seu collega João Bernardo da
Rocha, na mesma occasião e por egual motivo. Talvez excêntrico em demasia
nas suas idéas políticas, era tido por homem incorruptível, de tracto mui affavel,
afferrado aos princípios que perfilhara, e tão desinteressado que nunca sollicitou,
nem pediu ao governo algum favor ou empregos; antes dizem que até
os recusara, sempre que lhe foram offerecidos. O seu logar nas cortes foi sempre
nos bancos da opposição, ainda no tempo em que faziam parte do ministério
os seus amigos mais Íntimos! M. depois de aturado padecimento a 21 de
Fevereiro de 1850, em um pequeno e desalinhado quarto onde vivia ultimamente
na travessa da Victoria, á praça das Flores. Vej. a seu respeito a Biographia
posthuma escripta pelo sr. J. D. Sines, e a Oração fúnebre dedicada á
memória de José Victorino Barreto Feio, por um verdadeiro amigo, Lisboa, Imp.
de Lucas Evangelista 1852, 8." gr. de 16 pag.
O que de suas obras existe impresso é o seguinte. Consta que em poder
do sr. Barão de Fozcôa, seu particular amigo e honrador, existem vários fragmentos
e pedaços de outros trabalhos, por elle emprehendidos em diversos tempos,
mas tudo informe, e de pouco proveito.
PROSA
4985) Sallustio em portuguez (com o texto em frente). Paris, na Imp. de
J. Mac Carthy 1825. 18." gr. de 397 pag.
4986) Historia Romana de Tito Livio, traduzida em portuguez com o texto
ao lado. Livro primeiro. Hamburgo, Offic. de Langhoff 1829. 8.° gr. de xxvm-
276 pag. — A versão é precedida de um prólogo do traductor (pag. m a x) e da
vida de Tito Livio (pag. xi a xxvm).
4987) O tratado do Príncipe e das Letras, de Alfieri, traduzido em portuguez.
Paris, impresso por Goetschy fils & C. a 1832. 12.° gr. de iv-231 pag.—
Sàhiu sem o nome do traductor, bem como o que se segue, e foram ambos
mandados imprimir pelo sr. Barão de Fozcôa.
4988) O tratado da Tyrannia de Alfieri, traduzido em portuguez. Ibi,
1832. 12.° gr. — Ha uma edição mais moderna, feita em Lisboa por João Nunes
Esteves, no formato de 16.°, em mau papel, etc, e também sem o nome do
traductor.
4989) O Movimento: periódico semanal. Lisboa, Typ. de Antônio Sebastião
Coelho 1835-1836. 4.° gr. — Começou esta publicação no 1.° de Novembro de
1835, e continuou até 28 de Agosto de 1836. Sahiu sem declaração do seu
nome. Os quarenta e quatro números publicados formam um vol. com 366 pag.