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e no Catalogo da livraria de Lord Stuart acha-se elle qualificado com a nota de
rarissimo.
Vindo ao mérito litterario da obra, diz o P. Francisco José Freire que seu
auctor «fora mui pouco benemérito da pureza da lingua»; e D. José Barbosa
não duvida affirmar, que o «Lucideno é livro que não tem mais emenda que a do
fogo, ou da água, a que condemnava Marcial similhantes obras. •> Um dos críticos
que mais se espraiou em censural-a foi D. Thomás Caetano de Bem na sua
prefação ao tomo i das Mem. Chron. dos Clérigos regulares. Argue-a de uma
infinidade de defeitos, que consistem principalmente em narração diffusa, digressões
impertinentes e inúteis, circumstancias insignificantes, reflexões muito
freqüentes, comparações affectadas, sentenças amontoadas, phrases e periphrases
desnecessárias, períodos forçados, etc. Creio não seria fácil emprehender com
bom successo a justificação d'estes defeitos. Entretanto, ha outra obra contemporânea,
e de assumpto similhante, onde elles talvez avultam ainda mais: é o
Castiçjato Lusitano de Fr. Raphael de Jesus, de que haverá occasião de tractar
em seu logar.
P. MANUEL CALDEIRA. (V. P. Victorino José da Costa.)
P. MANUEL DE CAMPOS (1.°), Licenceado em Cânones e Conego na
Sé de Faro.—Consta que fora natural de Lisboa, porém nada se sabe das datas
do seu nascimento e óbito.—EÍ.
258) (C).Relaçam do solemne recebimento que se fez em Lisboa ás sanctas
relíquias que se levaram á igreja de S. Roque da Companhia de Jesus aos 25 de
Janeiro de 1588. Lisboa, por Antônio Ribeiro 1588. 8.° de 192 folhas numeradas
pela frente, além do rosto, licenças, etc, que occupam quatro folhas não
numeradas.
Contém até fl. 94 a relação, ou narrativa feita pelo auctor, e a ella se seguem
varias poesias em diversos metros e línguas; das quaes trazem algumas os.
nomes de seus auctores, e outras vêm anonymas. Uma parte considerável d'essas
poesias é em versos latinos. (V. no Diccionario, tomo m, o n.° G, 86.)
É livro raro, e estimado. Um exemplar, que existe na livraria que foi de
Joaquim Pereira da Costa, acha-se no inventario avaliado em 1:000 réis, e creio
que o preço dos vendidos pouco terá excedido a essa quantia.
P. MANUEL DE CAMPOS (2.°), Jesuíta, cujo instituto professou a 26
de Novembro de 1698. Foi professor de Mathematicas em Madrid, e depois na
aula da Esphera do collegio de Sancto Antão de Lisboa; Acadêmico da Academia
R. de Historia, etc.—N. em Lisboa, provavelmente pelos annos de 1680;
e quanto á data do seu óbito não pude ainda verifical-a. — E.
259) (C) Elementos de Geometria plana e solida, segundo a ordem de Euclides,
prindpe dos geometras, accresceutados com-tres úteis appendices, etc. Para
uso da real Aula da Sphera do Collegio de Sancto Antão. Lisboa, na Offic. Rita
Cassiana 1735. 4.° de xxxvm-333 pag. com nove estampas e um frontispicio
allegorico gravado a buril.
260) (C) Trigonometria plana e espherica, com o canon trigonométrico, linear
e logarithmico, tirada dos auctores mais celebres que escreveram sobre esta
matéria, e regulada pelas impressões mais correctas que até aqui tem sabido. Para
uso da Real Aula da Esphera, etc. Lisboa, por Antônio Isidoro da Fonseca 1737.
4.° de xxiv-212 pag., a que se segue o Canon trigonométrico, e Taboa logarithmica
dos números, que omprehendem 284 pag. não numeradas. Com septe
estampas e um frontispicio gravado a buril.
261) (C) Synopse trigonometrica dos casos que commumente oceorrem em
uma e outra Trigonometria plana e esplwrica, com as analogias respectivas e practicas
logarithmicas que lhe correspondem. Lisboa,'pelo mesmo 1737. 4.°
262) (C) Relação da prisão e morte dos quatro veneravds padres Bartho-
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