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ravilhotas, edas gloriosas façanhas que no seu tempo obrou o príncipe Bélifloro
seu filho, e de Belindo, príncipe de Portugal, e outros muitos cavalleiros.—Volume
de folio, escripto com boa letra, cujo caracter inculca ser do século passado;
porém a linguagem revela origem mais antiga, induzindo a crer que a
obra seja composta no século xvi, e n'este caso o códice existente não pôde deixar
de considerar-se transumpto de outro mais antigo.
Faltando-me a possibiüdade de examinal-o ocularmente, reporto-me em
tudo á noticia obtida, sem entrar por agora em mais particularidades.
D. LEONOR DE NORONHA, filha de D. Fernando, marquez de Villareal,
n. em Évora no anno de 1488, e m. no primeiro estado a 17ae Fevereiro
de 1563, contando conseguintemente 75 annos d'edado.—D'ella tracta especialmente
o licenceado Jorge Cardoso, no Agiologio Lusitano, tomo i, pag. 454 e
455, e também a pag. 459 e 460.Vej. egualmente os auctores ahi citados.—E.
Q2) (C) Coronica geral de Marco Antônio Cocio Sabelico des ho começo do
mundo atee nosso tempo. Tresladada do latim em lingoagê português. Dirigida
aa muyto alta e muyto poderosa senhora Dona Catherina Raynha de Portugal.
—E no fim tem: Acabouse a primeyra eneida de Marco Antônio Cocio Sabelico
tresladada de latim em lingoagem Portuguesa por a senhora dona Lianor filha
do Marques de Villareal dom Fernando. E por seu mandado impressa em...
Coymbra por Ioam de Barreira e Ioam Aluarez, emprimidores delrey. Aos xxv
dias do mes de Setembro de M. D. L. Foi. gothico.
Segunda parte etc—O titulo d'esta segunda parte é em tudo conforme ao
da primeira, e assim mesmo egual a subscripção do fim, só com a differença
de ter, sido acabada a impressão d'esta aos x dias do mes de Iunho de M. D- LIII,
como diz Barbosa, e eu próprio verifiquei em presença de um exemplar que
da mesma segunda parte existe na livraria de Jesus: embhora o pseudo-Caíalogo
da Academia a dê erradamente impressa em 1552. E o mesmo consta de
outro exemplar, que existe na Torre do Tombo, visto pelo sr. Figaniere. É como
a primeira, em folio, caracter gothico, e compõe-se de ccccxliij paginas, afora
o rosto, taboada, etc. que occupam oito pag. não numeradas.
É obra rara e estimada. Na livraria que foi de Joaquim Pereira da Costa
existe um exemplar completo, contendo as duas partes, ao qual os srs. Lavado
e Arsejas, avaüadores da mesma livraria, deram o valor de 4:000 réis!
Sei de um exemplar vendido haverá dous annos por 24:000 réis, e de outro,
que o foi em tempos mais antigos por 28:800 réis.
Certos indivíduos, mui conhecidos em Lisboa por suas exaggerações phantasticas,
e ainda mais pelo afan com que correm a cidade armando laços ás
bolsas de alguns desprevenidos bibliomaniacos, jactaram-se recentemente (Junho
de 1860) de haverem vendido a uma personagem distincta por seus cargos
e graduação, um exemplar d'esta obra pela bagatela de 48:000 réis!!! Que
elles fossem capazes de o fazer, é ponto em que me não resta a menor duvida .porém
que o sujeito alludido se deixasse assim lograr, pagando por taes livros
um preço tão exorbitante, custa-me a acredital-o, ao menos em quanto o facto
não for afiançado por abonadores mais seguros.
Os nossos bibliographos (vej. o Catalogo dos auctores, que antecede o Diccionario
da Lingua portugueza da Academia, a pag. cxxxiv, e Fr. Miguel Pacheco
na Vida da infanta D. Maria, a foi. 89 verso) attribuem a D. Leonor de
Noronha a obra seguinte, que é também traducção de uma década das JEneidas
do referido Marco Antônio Sabelico:
64) (C) Este liuro he do começo da historea de nossa redençam, que se fez
pera consolaçam dos que nam sabe latim: pede ho auctor delle aos leitores que se
nelle ha acharem lhe digam por amor de Deos hü pater noster polia alma. Foy
aprouado peUa sancta Inquisiçam deste reino deportugal.—E no fim tem: Foy
impresso ho presente libro chamado começo da historea da nossa redempçam em
ha muyto leal cidade de Lixboa, em casa de Germã galharde... Acabouse aos xu
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