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372 MA<br />

traslados mal pôde justificar-se, existindo, como existem, o livro R perfeito<br />

scrittore de Giov. Franc. Cressi, milanez, impresso em Itália, 1570; uma Arte<br />

d'escripta allemã de Arnold Moller, publicada em 1544; o Libro subtilissimo de<br />

Juan de Yciar, cujas primeiras edições são sem duvida anteriores a 1572; etc.<br />

Note-se que a duvida que se me offerece versa apenas sobre a existência<br />

da obra de Barata diversa dos Exemplares, e não sobre a possibilidade de que<br />

estes fossem impressos uma, ou mais vezes antes da'edição conhecida de 1390.<br />

Ao contrario, a inserção do soneto de Camões em louvor do calligrapho, datando<br />

necessariamente do tempo em que um e outro eram vivos, requer de certo<br />

uma edição mais antiga que a citada, para a qual tivesse sido feita similhante<br />

composição.<br />

Foram frustradas as minhas indagações para descobrir actualmente a existência<br />

em Lisboa de algum exemplar, ainda mesmo das edições apontadas de<br />

159Ò e 1592, a cujo respeito não resta duvida; e egualmente o foram as que<br />

tentei em Coimbra no mesmo sentido, commettendo o negocio á prestadia e obsequiosa<br />

solicitude do sr. dr. J. C. Ayres de Campos. Nem na Bibl. da Universidade,<br />

nem no deposito dos livros dos extinctos conventos encontrou elle noticia<br />

de um só dos procurados exemplares.<br />

Creio que os leitores não desestimarão ver aqui trasladado o seguinte juizo<br />

que acerca de Manuel Barata exprimiu o nosso Francisco Dias Gomes, que ás<br />

qualidades de philologo e critico juntava também a de grande amador da arte<br />

calligraphica, na qual poderia «dizer e executar (são palavras suas) cousas talvez<br />

ignoradas dos que a professam entre nós»: «Compoz (Manuel Barata)<br />

uma arte de escrever, digna d'estimação pela verdade e simplicidade dos preceitos,<br />

e pela elegância e proporção da sua letra, onde se mostra mais a modes-<br />

• tia do que a liberalidade, que tanto resplandece nos rasgos admiráveis dos caracteres<br />

inglezes. É pois esta arte um composto de preceitos e reflexões sensatas,<br />

todas extrahidas da sua experiência, e não como as miseráveis artes que se tem<br />

publicado ha annos a esta parte (állude provavelmente ás de Manuel Dias de<br />

Sousa, e Antônio Jacinto de Araújo, porque a de Ventura certo não tinha apparecido)<br />

de professores ignorantes, que não fazem se não trasladar, e ainda<br />

isso muito mal, acompanhando os ditos chamados preceitos com traslados dig.nos<br />

de todo o desprezo pelo mal executado...»<br />

MANUEL BARRETO, não mencionado por Barbosa, ou por algum outro<br />

dos nossos biographos de que eu haja noticia.—Trasladou, ou compilou para<br />

seu uso:<br />

190) Cancioneiro ou collecção de poesias de vários auctores. Volume manuscripto<br />

em folio, de 563 pag. (ao qual faltam actualmente as pag. 133,134,151<br />

e 152) enquadernado em couro, e escripto por letra do século xvm, tendo três<br />

frontispicios com emblemas e tarjas feitas á penna; os títulos de tinta vermelha;<br />

alguns acrosticos e romances dos amigos, que louvam a curiosidade do collector,<br />

a quem chamam insigne em armas e letras, e no fim seu indice geral de<br />

todo o conteúdo.<br />

Possue hoje este volume o sr. dr. Ayres de Campos, por vezes nomeado,<br />

que de Coimbra me enviou a descripção que apresento, com a miúda resenha<br />

e indicação das poesias conteúdas, algumas das quaes andam já impressas na<br />

Fenix Renascida, ou em outras collecções. Omittirei a dita resenha por ser longa<br />

em demasia, contentando-me de transcrever aqui a serie alphabetica dos nomes<br />

des auctores das poesias.<br />

Agostinho Fernandes, de Setúbal.<br />

Antônio Barbosa Bacellar.<br />

Antônio de Beja.<br />

Antônio Bento.<br />

Antônio de Brito, deão de Coimbra.<br />

Fr. Antônio das Chagas, no século Antônio da Fonseca Soares.

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