Baixar - Brasiliana USP

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pheo, que tem de ser pendurado no templo da parvoice, para conferir-lhe
novo jus á immortalidade grutesca.
Fique certo, comtudo, de que não escapará á merecida punição.
Os seus aproveitáveis e conseqüentes reparos, e as correcções corrigiveis,
serão uns e outras tomados-na devida consideração, isto é,
desfeitos e pulverisados aquelles, e castigadas estas em tempo e nos
logares convenientes, sem que seja necessário aguardar a segunda
edição do Diccionario, que tão auspiciosamente nos augura!
Quanto porém ás omissões de nomes conhecidissimos até agora
notadas, e ás mais que ainda poderia descobrir o rachitico censor em
suas engoiadas lucubrações, bom será cortar-lhe as azas desde já,
senão para s o confundir de todo, para forral-o ao dispendio inútil de
pajJel, e á perda do precioso tempo. Aconselhal-o-ía a que empregasse
um e outro com vantagem, sequer na feitura e exposição dos
artigos de moral-politica, ou de outros de egual sueco e sabor, que
em falta de melhor prestimo terão ao menos o de subministrar divertida
e fácil distracção ao paladar de tantos, que em vez de gemer
como Heraclito sobre os crimes e fraquezas d'este miserável mundo,
preferem, não sei se com razão, o systema de Democrito, folgando
e comprazendo-se de rir á custa dos tarelos!
Ahi vai pois a lista dos nomes portuguezes e brasileiros que, segundo
a minha promessa, têem de ser contemplados no Supplemento
final, com respeito á parte já publicada do Diccionario. São
por ora 513 artigos, dos quaes 246 inteiramente novos; e os restantes
267 designados na serie com a sigla (A.), conterão os additamentos
e reçtificações mais ou menos importantes, concernentes a
nomes já incluídos no corpo da obra.
Isto dispensa da minha parte mais amplos commentarios
Ao rever nas provas typographicas o presente arrazoado, acordei em dar
desde já aos meus leitores um specimen dos judidosissimos reparos do sapiente
censor (os quaes de certo não viram), para que avaliem por estes a polpa dos
restantes. Dos doze que até agora apresentou, cinco referem-se exclusivamente á
minha imperdoável cegueira, e á indesculpável equivocação que commetti, attribuindo
em geral a qualificação de Racharris formados em Direito a pessoas que
só poderiam sel-o nas antigas faculdades de Leis ou Cânones, e não em Dirdto
(!!!) porque a nova faculdade de Direito na Universidade data, segundo
elle, de 1834 (é lastima que errasse n'isto como em tudo, ignorando que só
foi creada pelo decreto e plano de estudos de 5 de Dezembro de 1836!)—Ora,
como o ultimo exemplo que adduziu é o do sr. Antônio Feliciano de Castilho,
deixemos a s. ex. a o cuidado d'esmagar de uma vez para sempre a torpissima
sevandija. O sr. Antônio Feliciano de Castilho no frontispicio da primeira edição
da sua Primavera, impressa em Coimbra em 1822, appellidou-se BACHAREL
FORMADO EM CÂNONES : e logo no do seu Amor e Melancolia, impresso fla mesma
cidade em 1828, passou a intitular-se BACHAREL FORMADO EM DIREITO; qualificação
que tem adoptado depois constantemente nos rostos de todas as obras
publicadas em seu nome desde o referido anno, sempre que julgou a propósito
inscrever ós seus títulos scientificos e litterarios. Que dirá a isto o analphabeto?
Pois os outros reparos são todos de igual jaez!