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MA 389<br />

D. FR. MANUEL DO CENACULO VILLAS-BOA8, natural de Lisboa,<br />

e nascido no 1." de Março de 1724. Seu pae José Martins exercia a profissão<br />

de serralheiro, ou ferreiro, a cujo respeito refere José Agostinho de Macedo<br />

a seguinte anecdota no Motim Litterario, a pag. 203 do tomo iv da primeira<br />

edição, impressa em 1811, ainda em vida do próprio Cenaculo: «Gostei<br />

da ingenuidade do Arcebispo de Évora, porque perguntando-lhe que ferida fora<br />

aquella, cuja cicatriz conserva na cara, me respondeu: que fora uma chispa de<br />

um ferro em braza que o pae malhava na bigorna. Ser filho de um homem que<br />

trabalha, é ser filho de boa familia, etc »-r- Aos dezeseis annos d'edade professou<br />

a regra de S. Francisco no convento de N. S. de Jesus da Ordem terceira,<br />

a 25 de Março dê 1740. Cursando os estudos de humanidades, e depois os theologicos<br />

na Universidade de Coimbra, doutorou-se n'esta faculdade em 26 de<br />

Maio de 1749, e n'ella foi Oppositor e Lente desde 1751 até 1755. Por esse<br />

tempo adquiriu conhecimento sufficiente das línguas grega, árabe e syriaca. Foi<br />

eleita Provincial da Ordem terceira em Portugal em 1768; nomeado Deputado<br />

da Real Meza Censoria em 21 de Abril do mesmo anno; Confessor do príncipe<br />

D. José em 16 de Março de 1769; e primeiro Bispo de Beja (diocese então desmembrada<br />

do arcebispado de Évora) em Março de 1770. N'esse rnesmo anno<br />

foi nomeado Mestre do príncipe, Presidente da Meza Censoria, e Presidente da<br />

Junta de Providencia Litteraria, creada para a reforma dos estudos: ultimamente<br />

Presidente da Junta do Subsidio Litterario em 10 de Novembro de 1772.<br />

Por morte d'el-rei D. José envolvido na desgraça do ministro Marquez do Pombal,<br />

foi politicamente mandado retirar para o seu bispado, onde entrou com toda<br />

a solemnidade em 18 de Maio de 1777. N'elle se conservou, e o regeu exçmplarmente,<br />

até que vagando o arcebispado de Évora por óbito de D. Joaquim Xavier<br />

Botelho de Lima, foi eleito successor d'este prelado em 3 de Março de 1802.<br />

Padeceu graves mortiíkações e desgostos por occasião da invasão dos francezes,<br />

chegando depois a ser preso e espancado no seu próprio palácio por uma guerrilha<br />

hespanhola, e conduzido como suspeito entre apupos e ameaças para Beja,<br />

sem valer-lhe o seu caracter, nem os oitenta e cinco annos que já contava,<br />

ficando alli retido por algum tempo, até que a final o restituiram á sua egreja.<br />

Nos três últimos annos de vida começou a experimentar os incommodos da velhice,<br />

sentindo o esmorecimento das faculdades intellectuaes, juntamente com a<br />

quebra das forças physicas, e a perda de vista, symptomas precursores da morte,<br />

que o levou em fim a 26 de Janeiro de 1814, na edade de 90 annos não completos.—Para<br />

a biographia vej. o seu Elogio histórico, recitado na Academia<br />

Real das Sciencias por Francisco Manuel Trigoso em sessão de 24 dé Junho de<br />

1814; ontro.Èlogio fúnebre, pregado nas exéquias solemnes que se lhe fizeram<br />

na calhedral de Évora em 10 de Março do dito anno, pelo P. Antônio da Costa<br />

Vellez; e os Estudos biogr. de Canaes, a pag. 112.—Na Bibliotheca Nacional de<br />

Lisboa existe um seu-retrato de meio corpo.<br />

Para formar a resenha dos seus numerosos escriptos, servi-me do catalogo<br />

annexo ao citado Elogio de Trigoso, por ser o mais completo, achando-se n'elle<br />

mencionadas algumas obras impressas, que ainda não pude ver. Quanto ás inéditas,<br />

consta que se conserva a maior parte, senão todas, na Bibliotheca Publica<br />

de Évora, havendo entre essas algumas cuja publicação reverteria ainda hoje em<br />

utilidade das letras nacionaes. Tenho até fundamento para crer que alli existem<br />

cousas, de que Trigoso não alcançou noticia, a serem exactas certas reminiscencias<br />

que me ficaram do que a esse propósito ouvi dizer ha annos ao illustre<br />

bibliothecario d'aquella Bibl., o sr. J. H. da Cunha Bivara.<br />

TRACTADOS DIDACTICOS, HISTÓRICOS, CRrTICOS, ETC.<br />

277) Advertências criticas e apologcticas sobre o juizo que nas matérias do<br />

B. Raymundo Lnllo formou o dr. Apollonio Philo-muso, e communicou ao publico<br />

em a resposta ao «Retrato de morte-côr», que contra a auctor do «Vtrdaddro<br />

Methodo d'estudar» escreveu o reverendo D. Alethophilo Cândido de La-

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