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LU 277<br />

seus trabalhos inéditos, nem saber como ou quando se extraviaram.Vej. o que<br />

diz sobre este ponto o sr. Visconde a pag. 213.<br />

TRADUCÇÕES HEBRAICAS<br />

470) É constante que houvera n'esta lingua uma versão dos Lusiadas, feita<br />

no século passado por Luzetto, ou Moysés Chaim Luzatto, segundo o appellida o<br />

sr. Visconde. Foram porém irgfructiferas todas as diligencias que s. ex." emprehendeu<br />

para achar noticia exacta d'essa versão manuscripta, e do que lhe diz<br />

respeito. Se existiu, como se julga, deve suppor-se actualmente perdida. Vej. o<br />

artigo respectivo na edição do mesmo sr. a pag. 211 e 212.<br />

Ao terminar o presente artigo, que muitos taxarão de nimio-extenso, ao<br />

passo que alguns desejariam vel-o muito mais ampliado, occorreu-me não deixar<br />

em silencio duas espécies, que poderão ser úteis, de futuro, para prevenir<br />

duvidas ou equivocações.<br />

•• 1.* Na Histoire Litteraire Française et Etrangèrenax Mr. Girault de S.' Fargeau,<br />

Paris 1852, a pag. 33, lê-se: que Madame du Bocage entre outras obras<br />

que tractou de transportar de línguas extranhas para a franceza, traduzira também<br />

a Colombiada de Camões!!! Não ha dos muitos Diccionarios históricos e<br />

biographicos que tenho visto, algum que deixe de mencionar expressamente a<br />

Colombiada como producção original d'âquella celebre poetisa do seu tempo;<br />

ella mesma como tal a inculca na epístola dedicatória ao papa Benedicto XIV,<br />

que precede "o dito poema na edição de 1758, da qual conservo um exemplar.<br />

Seja porém o que for, estava reservada para os nossos dias a gloria de vermos<br />

assim augmentar-se a herança, já de si tão avultada, que nos ficou do nosso épico,<br />

mediante a gratuita adjudicação de uma obra, que até agora ninguém pensara<br />

lhe pertencesse! Eis aqui as conseqüências inevitáveis para os quê escrevem á<br />

toa, fiando tudo de auctoridade alheia, ou da reminiscencia própria, e crendo-se<br />

dispensados de gastar tempo em examinar com seus olhos as cousas<br />

de que pretendem tractar. Se passados alguns séculos o poema da Colombiada,<br />

que hoje se não acha facilmente, vier a desapparecer de todo, é possível que<br />

alguns leitores de Mr. de S. 1 Fargeau (caso os tenha n'esse tempo) se capacitem<br />

de que Camões escrevera effectivamente uma Colombiada, cuja noticia escapara<br />

a todos os seus biographos e commentadores!<br />

2.* Um dos redactores que era do Jornal Mercantil, folha de grandes dimensões,<br />

mas de curta duração, publicada em Lisboa em 1858, ao approximar-se<br />

o carnaval em Fevereiro do dito anno, lembrou-se (como depois confessou) de<br />

brindar os seus leitores com uma peta própria do tempo. Inseriu em um dos<br />

números a noticia circunstanciada da descoberta de uma carta autographa de<br />

Luis de Camões, encontrada na provincia do Minho por certo padre, que se dizia<br />

ser chegado de fresco a Lisboa, com o fim de negociar o achado. A carta<br />

fora escripta na índia, dirigida a D. Maria de Figueiroa, filha do mestre Belchior,<br />

corregedor de Damão; e de certo que a historia contada com toda a naturalidade<br />

apresentava visos de verdadeira, e corroborava-se até com a elegia xm,<br />

que anda em nome do poeta nas edições mais completas das suas obras. Alguns<br />

outros periódicos de Lrsboa, e não sei se das províncias, deram-se pressa em<br />

dar curso á noticia, transcrevendo-a. Eu a vi reproduzida entre outros na Revolução<br />

de Septembro n.° 4743 de 13 de Fevereiro.—Eis que o próprio auctor<br />

em o n.° do Mercantil de 18 do dito mez volta á praça a desdizer-se, manifestando<br />

o logro, com que.por alguns dias captivára a attenção publica, deixando<br />

desvanecidas todas as esperanças, não sem magoa dos archeologos e apaixonados<br />

do poeta, que assim viram fugir-lhes o ensejo de poderem saciar a sua curiosidade,<br />

observando até onde chegaram os primores calligraphicos da mão que<br />

soubera traçar os cantos dos Lusiadas!<br />

LUIS CÂNDIDO CORDEIRO PINHEIRO FURTADO COELHO,<br />

nascido em Lisboa a 28 de Dezembro de 1834. Depois de servir por tempo de

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