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mais o admiro. Eu não sei que haja melhor livro, nem escriptor mais eminentemente
portuguez. Alli está a lingua portugueza na sua pureza, na sua harmonia,
na sua magestade, na sua opulencia; e a ninguém devemos mais, quande
se tracta da lingua portugueza. A cada pagina se acham phrases, se acham palavras
não vistas nem sabidas pelos nossos mais laboriosos diccionaristas.»
MANUEL BERNARDES BRANCO, natural de Lisboa e nascido em
1832. Havendo-se habilitado com o curso de instrucção secundaria, é desde alguns
annos Professor particular de línguas na cidade do Porto. No concurso a
3ue o governo mandou proceder recentemente para o provimento das cadeiras
a lingua grega" nos Lyceus de Lisboa e Évora, foi elle um dos oppositores;
achando-se ainda agora este negocio pendente de resolução. Vej. a Política Liberal
n.» 132 de 10 de Outubro de 1860.—E.
201) Subsidio para intelligencia das' Obras de Virgílio, para uso dos estudantes
de latim. Porto, Typ. Commercial 1858. 8.°
202) Subsidio para intelligencia dos cinco primeiros livros da Historia
Romana de Tito Livio, para uso dos estudantes de latim. Ibi, na mesma Typ.
1858. 8.»
Foi collaborador no jornal político 0 Clamor Publico, e tem feito inserir
vários artigos sobre assumptos litterarios nos periódicos portuenses Portugal,
Oriente, Conservador, Ecco Popular, e Miscellanea Litteraria (1860). Mencionarei,
quanto ao ultimo, os seguintes por tel-os agora presentes:
203) Apontamentos biographicos dos srs. José Gomes Monteiro, José Joaquim
Rodrigues de Rostos, João Baptista Ribeiro, e Sebastião de Almeida e Brito.
204) Primeiros monumentos da Typographia portugueza. 1.° Primeiro*
Constituições do bispado do Porto, de 1496.—2.° Obras de Calaldo Sicido, com
a traducção em portuguez da carta que o mesmo Cataldo escreveu ao Rabbi de
Nápoles para o converter á fé.
(As obras de Cataldo Siculo, de que existe um raro e precioso exemplar
na Bibl. Portuense, foram impressas em Lisboa no anno de 1500. O sr. Ferdinand
Denis com inexplicável inadvertencia, tem por mais de uma vez deixado
escapar a assersão de que fora esta a « primeira obra sahida dos prelos de Lisboa.
» Para se reconhecer palpavelmente a inexactidâo de tal assertò, vej. no
Diccionario entre outros os artigos Fr. Bernardo de Alcobaca, Historia de Vespasiano,
Fr. Luis de Raz, etc.)
Com louvável curiosidade começou também o sr. Bernardes Branco a coordenar
um catalogo descriptivo dos manuscriptos que existem na Bibl. Publica
do Porto, entre os quaes ha muitos de valor, por serem raros e interessantes.
Por inconvenientes alheios da sua vontade, e que não pôde remover, teve de
sobr'estar no trabalho, chegando apenas a descrever uns trezentos e tantos códices,
dos mil e duzentos que se guardam na dita Bibl.
O Diccionario Bibliographico deve-lhe valiosos e prcstaveis serviços, na investigação
e diligencia a que se deu, para obter varias noticias que d'elle solicitei,
relativas a escriptores contemporâneos, nascidos ou residentes no Porto,
como por vezes nos artigos respectivos hei tido occasião de notar.
MANUEL BERNARDO LOPES FERNANDES, natural de Lisboa, e
nascido a 10 de Julho de 1797, filho único e legitimo de João Antônio Lopes
Fernandes. E Sócio effectivo da Acad. R. das Sciencias, Conservador do gabinete
numismatico da mesma Academia, Acadêmico honorário da de Bellas-artes
de Lisboa, e Membro honorário da Bibliotheca Imperial publica de S. Petersbourg.—E.
205) Memória das moedas correntes em Portugal desde o tempo dos romanos
até o anno de 1856. Lisboa, Typ. da Acad. R. das Sciencias 1856-1857.
Partes i e n. Em 4.° gr. contendo ao todo 357 pag,, e mais cinco pag. innumeradas
no fim, que contêem o indice e erratas. Intercaladas no texto se acham