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92 Walter M Tabela 1 – Identificação e caracterização do Grupo I Do total de participantes, quatro possuem cargo efetivo, quatro possuem cargo comissionado e quatro possuem contrato temporário, isto é, 66,6% dos participantes não possuem um vínculo estável com as instituições. Conforme pontuado por um participante da pesquisa, a questão da rotatividade dos cargos é um agravante para a formação de uma equipe afinada e produtiva nesses espaços: “acho que o contrato temporário atrapalha demais, com uma alta rotatividade. Por esses dois anos eu vou estar amparada, pois são profissionais de contrato temporário que irão participar da musicoterapia.” A média de tempo de trabalho nas instituições UNI A e UNI B deste grupo é de 4 anos e meio. Notamos, porém, que seis participantes já trabalhavam na área de Educação Social antes de atuarem nestas instituições. Três participantes concluíram suas graduações e este é seu primeiro emprego, e três trabalhavam em outras áreas. Os dados evidenciam que profissionais que já tiveram experiências com adolescentes autores de atos infracionais, seja em cumprimento de medidas em regime aberto, semiliberdade ou em privação de liberdade, ou mesmo atuando em projetos relacionados à prevenção ao crime e inclusão social, tendem a permanecer nessa área. Ao nos depararmos com esse dado, tornou-se mais claro o pensamento de Duveen (apud MOSCOVICI, 2009, p. 25) que diz que “se as representações sociais servem para familiarizar o não-familiar, então a primeira tarefa de um estudo científico das representações é tornar o familiar não-familiar”. Assim, a ideia inicial de que os profissionais que atuam nessa área não permanecem por um período longo devido às condições e riscos foi revista, a fim de que o fenômeno em questão fosse mais bem compreendido, desencadeando um processo de tornar as representações visíveis e inteligíveis como formas de práticas sociais (ibid.). Já o grupo II é constituído por sete monitores das instituições UNI A e UNI B. Esses profissionais atuam de forma mais próxima aos adolescentes, isto é, permanecem no mesmo ambiente e passam mais tempo junto a eles. Como os profissionais que desempenham esta função trabalham em regime de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso, muitos deles possuem outro emprego, o que dificultou a participação de um número maior de pessoas neste grupo.
93 Quanto à formação, um participante cursou até o 8º ano do Ensino Fundamental, cinco participantes possuem o Ensino Médio completo e um participante está cursando o Ensino Superior. A média de idade do grupo é de 47 anos, um pouco mais elevada que a do grupo I; quatro participantes são do sexo feminino e três, do sexo masculino - há um maior equilíbrio em relação ao grupo I. A seguir, uma tabela com alguns dos dados comentados acima: GRUPO II Participante Beatriz Clara Helena Leandro Rodrigo Silvio Talita Sexo F F F M Tabela 2 – Caracterização dos participantes do Grupo II M M F Em relação ao tipo de vínculo com as instituições, quatro educadores possuem cargo efetivo, dois possuem cargo comissionado e um, contrato temporário. A média de tempo de trabalho dos participantes do grupo II nas instituições UNI A e UNI B é de sete anos. Quanto à trajetória de trabalho, quatro educadores relataram que anteriormente a este emprego trabalharam em órgãos governamentais, das esferas estadual e municipal, sendo que dois destes desempenhavam atividades correlacionadas ao campo da Educação Social. Um entrevistado relatou que há 27 anos trabalha com adolescentes. “Tem vinte e sete anos que trabalho com adolescentes. Trabalhei durante muito tempo no Cidadão 2000. Quando vim para cá senti a mudança, houve impacto, mas já sabia da realidade.” e serviço. Outros dois não tinham contato com essa área e atuavam nos setores de comércio
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