EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG
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Percebendo a profundidade do conflito que o grupo expôs, isto é, como as normas<br />
da sociedade muitas vezes limitam e exclu<strong>em</strong> os indivíduos, encerramos o encontro propondo<br />
um breve exercício com a voz e o corpo, ressaltando o nome de cada m<strong>em</strong>bro a fim de afirmar<br />
a identidade pessoal.<br />
No sétimo atendimento, apenas Clara não esteve presente. Agradec<strong>em</strong>os por<br />
Beatriz ter retornado ao grupo e os participantes lhe disseram palavras de conforto pela perda<br />
que estava enfrentando e compartilharam algumas histórias pessoais. Depois, iniciaram<br />
perguntas sobre os gostos musicais de cada um. Perceb<strong>em</strong>os como os m<strong>em</strong>bros, durante os<br />
diálogos, completavam os pensamentos uns dos outros. Talita presenteou a todos com uma<br />
l<strong>em</strong>brança feita por ela mesma. Desta forma, foi possível observarmos indícios do que Bion<br />
(1975) denomina de fase de acasalamento. Segundo o autor, nesta fase os participantes<br />
vivenciam a crença coletiva e inconsciente de que os probl<strong>em</strong>as e necessidades do grupo,<br />
sejam quais for<strong>em</strong>, serão solucionados. Para Anzieu (1983 apud MOTTA et al, 2007, p. 237),<br />
nessa fase o grupo vive momentos de alegria e evita as frustrações que estão<br />
relacionadas com o trabalho, com o conflito, tensão e sofrimento; os<br />
participantes estabelec<strong>em</strong> relações mais profundas com os m<strong>em</strong>bros,<br />
expressando livr<strong>em</strong>ente sua ansiedade, descobrindo os outros e<br />
compartilhando seus conflitos. Ao vivenciar uma experiência de intimidade,<br />
calor humano e comprometimento, o grupo vive a ilusão de que resiste a<br />
tudo.<br />
O grupo ressaltou ainda como o encontro anterior havia proporcionado inspiração<br />
e motivação no ambiente de trabalho:<br />
Helena: Depois da s<strong>em</strong>ana passada, com a dança aqui, né? Quarta-feira<br />
nós chegamos tudo inspirados lá no serviço, dançando... Seu Rodrigo<br />
olhava pra mim e eu ria! Essa aula foi ótima, não foi seu Rodrigo? Foi<br />
maravilhosa! Eu estava até meio desconjuntada...<br />
Beatriz: Mas estava dançando... (risos).<br />
Helena: É, mas como foi bom! Dançando! Porque eu l<strong>em</strong>brava das músicas<br />
e „tic, tic, tic‟. Não é seu Rodrigo, o t<strong>em</strong>po todinho eu dançando! Eu e o seu<br />
Rodrigo „Nossa, mas foi bom não foi?‟ Eu falei „foi‟. Eu falei „Seu Rodrigo,<br />
a gente pensa que conhece as pessoas e não conhece. E eu não conhecia<br />
esse lado do senhor. Eu não conhecia esse lado, mas como é bom, como é<br />
maravilhoso ver esse lado lindo do senhor‟. Ele ria, todo contente.