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EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

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140<br />

duplas 37 . Ao contrário do grupo I que ao finalizar a técnica solicitou uma pausa para<br />

descanso, os m<strong>em</strong>bros do grupo II, apesar de estar<strong>em</strong> cansados, optaram por iniciar o<br />

processamento logo <strong>em</strong> seguida, mostrando desejo de relatar o que havia sido experimentado.<br />

Eufóricos, os participantes comentaram que aquele tinha sido um momento prazeroso:<br />

“Para mim foi excelente! (...) Eu acho que isso aqui aconteceu no momento<br />

que eu estava mais precisando de descontração, de esquecer um pouco lá<br />

fora. O pensamento lá fora t<strong>em</strong> hora que é horrível. Então foi muito bom<br />

mesmo, estou muito alegre.” (Rodrigo)<br />

“A gente mistura, então é muito bom, é um momento de descontração. Então<br />

eu me senti descontraída, me soltei. Eu não sei passo nenhum, eu não danço.<br />

Então assim, eu me descontraí, eu senti que eu me liberei.” (Clara)<br />

“A dança foi muito bom... ver a música, ver a dança... Muito bom a gente ter<br />

o contato com o colega, sentir as mãos... Os pés da gente sent<strong>em</strong> mais<br />

firmeza, as pernas, o corpo da gente pra dançar, né? Então foi muito bom.<br />

T<strong>em</strong> que ter isso todo encontro.” (Helena)<br />

A “dança” também evocou uma discussão acerca das atividades que se tornam<br />

restritivas por causa da idade. Os m<strong>em</strong>bros pontuaram que essa restrição não é devido a uma<br />

condição física, mas principalmente pelo julgamento dos outros, pela necessidade de ter<br />

condutas coerentes para ser um modelo a ser seguido e ainda por um movimento de<br />

autoexclusão, isto é, achar que já não convém realizar determinadas atividades.<br />

“às vezes as pessoas olham e diz<strong>em</strong>: Não t<strong>em</strong> o que fazer? Então se eu sair<br />

um dia à noite (para dançar), pode ser que depois eu vou ser cobrado por<br />

isso, ou eu vou ser mal compreendido e vou dar motivo pra que outras<br />

pessoas saiam e não saibam ter a responsabilidade que eu tive.” (Rodrigo)<br />

“A gente mesmo se exclui, né? E pensa assim „Ah não, não tenho mais<br />

idade‟. Mas, às vezes, a gente se coloca <strong>em</strong> situações que são pesadas pra<br />

gente, de responsabilidade... Dar o ex<strong>em</strong>plo... E nos faz<strong>em</strong> perder a nossa<br />

essência. Cada um t<strong>em</strong> que ter o seu espaço de divertir, mas a gente entra<br />

numa rotina que esquece... Esquece e não t<strong>em</strong> corag<strong>em</strong> de chutar o balde...<br />

Porque é tudo aquilo que v<strong>em</strong> contra os seus princípios, a sua criação da<br />

época... Aí você pensa: se eu dou esse ex<strong>em</strong>plo, como é que eu vou cobrar<br />

depois? Ou, se ele fizer isso também? Por isso que pra nós, pessoas de mais<br />

idade, é mais difícil quebrar esses tabus.” (Clara)<br />

37 Ou como denominado por Bruscia (2000, p.133) movimento projetivo com música, <strong>em</strong> que o cliente ouve<br />

música e improvisa movimentos expressivos de acordo com a música.

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