EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG
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sensibilidade, esperança e confiança, ensinaram-me o valor da humanização na relação com<br />
esses adolescentes.<br />
Ressalto que as mudanças nas representações sociais ocorreram <strong>em</strong> diversas<br />
formas e níveis. Possivelmente, pela duração dos atendimentos musicoterapêuticos, tais<br />
transformações envolveram o abandono de alguns el<strong>em</strong>entos e a incorporação de outros<br />
novos. No entanto, não há como afirmar se houve mudanças efetivas no núcleo central dessas<br />
representações, havendo a necessidade de se fazer um estudo de acompanhamento a médio ou<br />
longo prazo.<br />
Diante dessas considerações, reconheço que as inquietações que surgiram ao<br />
acrescentar a teoria das representações sociais à investigação da produção de corpos sonoros<br />
<strong>em</strong> Musicoterapia, especialmente o risco de tornar as reflexões extensas ou desarticuladas e<br />
perder o foco da pesquisa, foram sanados. A fundamentação teórica eleita para este estudo<br />
possibilitou a articulação de t<strong>em</strong>as aparent<strong>em</strong>ente díspares, viabilizando a proposta de uma<br />
pesquisa pautada na interdisciplinaridade. Interfaces entre as teorias da Educação Social,<br />
Psicologia Social, História Cultural e Musicoterapia foram estabelecidas, articulando t<strong>em</strong>as<br />
aparent<strong>em</strong>ente distantes – educadores sociais, adolescentes autores de atos infracionais e<br />
medidas socioeducativas com representações sociais, música e subjetividade.<br />
Assim, foi possível entender que o social e o pessoal não são instâncias opostas e<br />
não deve prevalecer a preferência por uma ou por outra no setting musicoterapêutico, mas<br />
trabalhadas dialogicamente. Observo também que, se a música constitui e é constituída pela<br />
sociedade e o el<strong>em</strong>ento primordial da Musicoterapia é a música, logo o social é inerente à<br />
Musicoterapia. Portanto, independente do tipo de atendimento (individual ou grupal),<br />
intervenção ou abordag<strong>em</strong> seguidos, o social se faz presente <strong>em</strong> Musicoterapia. E nesse<br />
sentido, considerar o social <strong>em</strong> terapia é conduzir processos, evitando modos de subjetivação<br />
privativos, rompendo com a supr<strong>em</strong>acia do “eu” afirmada pela pós-modernidade e atentandose<br />
para os outros. Isso me fez perceber como a Musicoterapia pode se constituir para o cliente<br />
tanto uma jornada para a alma, como uma jornada para o mundo.<br />
Finalmente, considero que os objetivos desta pesquisa foram alcançados e o t<strong>em</strong>a<br />
estudado pode contribuir para outros estudos, principalmente na área de Educação Social e<br />
Musicoterapia, com desdobramentos desta pesquisa, voltados também para a perspectiva da<br />
aplicação da Musicoterapia com adolescentes autores de atos infracionais. Foi possível, ao<br />
final da pesquisa, verificar que os educadores participantes experimentaram um resgate de