EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG
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instrumento musical dos participantes foi: unhas de cabra, por Beatriz; castanhola, por Clara;<br />
flauta doce, por Rodrigo; e afoxé, por Helena. Quando dada a possibilidade de troca de<br />
instrumento, os participantes, seguindo a ord<strong>em</strong> acima, optaram por: reco-reco; violão;<br />
pandeiro e tamborim.<br />
O grupo, a princípio, explorou os instrumentos musicais, e rapidamente procurou<br />
integrar-se. Helena tocou por alguns instantes de forma intensa, com andamento acelerado, o<br />
que estimulou os outros participantes a seguir<strong>em</strong>-na, mas o seu ritmo ainda era diferenciado,<br />
por ser o mais rápido. Como os instrumentos da primeira escolha não foram afastados, os<br />
participantes alternaram o uso dos mesmos, e também os utilizaram simultaneamente.<br />
Quando Clara tocou o violão, o grupo começou a expressar-se também<br />
vocalmente, cantando trechos de canções, como: “Menino da Porteira”, de autoria de Teddy<br />
Vieira e interpretada por Sérgio Reis; “Prece ao Vento”, interpretada por Dorival Caymmi;<br />
“Vou festejar” de autoria de Jorge Aração e interpretada por Beth Carvalho; “Nossa Canção”<br />
e “Quero que tudo vá para o inferno”, interpretada por Roberto Carlos; “Chico Mineiro”<br />
interpretada por Tonico e Tinoco. A intensidade do som diminuiu gradativamente e, então,<br />
retomaram <strong>em</strong>polgados ao l<strong>em</strong>brar<strong>em</strong>-se do trecho da canção “O xote das meninas” de autoria<br />
de Zé Dantas e Luis Gonzaga, “ela só quer, só pensa <strong>em</strong> namorar, ela só quer, só pensa <strong>em</strong><br />
namorar”.<br />
Como o t<strong>em</strong>po estava avançado, nós, musicoterapeutas, fomos nos aproximando<br />
do grupo, sinalizando para que ocorresse a finalização desta improvisação. A sensação que<br />
tiv<strong>em</strong>os foi que o grupo não pararia, devido a tamanha satisfação, principalmente por parte de<br />
Clara e Helena. Beatriz, no entanto, apresentava-se mais quieta, como que cansada.<br />
Assim, nos chamou atenção o fato do grupo ter transformado a técnica proposta<br />
<strong>em</strong> momento de re-criação musical. Apesar de o grupo d<strong>em</strong>onstrar contentamento durante a<br />
atividade, no processamento os participantes apresentaram justificativas para suas<br />
inabilidades e/ou dificuldades que eles julgam ter <strong>em</strong> relação à música:<br />
“eu gosto muito de música, mas eu não canto nada certo, eu misturo as<br />
letras, sabe? Eu canto uma coisa... aí, mistura...” (Clara)<br />
“eu depois que eu fiz a cirurgia de tireóide, porque eles limparam muito,<br />
né? Então o tom, o som da sua voz, sei lá, e aí não consegue sair igual. Eu<br />
tenho vontade, eu gosto muito de música. Acho lindo, lindo, muito<br />
bonito.”(Helena)