EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG
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“Com a equipe há um vínculo bom, tranqüilo.”<br />
“O vínculo com os outros profissionais desta instituição é marcado pelas<br />
trocas.”<br />
“Com a equipe tenho um vínculo de companheirismo, humano, s<strong>em</strong><br />
distinção, independente de salário. Há apoio.”<br />
3) Vínculo ambíguo: quatro entrevistados caracterizaram o vínculo com a equipe<br />
como bom, entretanto, após um primeiro momento, ao falar<strong>em</strong> de forma mais detalhada sobre<br />
o desenvolvimento das relações interpessoais nas instituições, esses mesmos entrevistados<br />
evidenciaram dificuldades, tais como: não veracidade das amizades; fofocas; desrespeito; e<br />
falta de adequação para o cargo.<br />
“Procuro manter uma relação tranquila com os colegas de trabalho, não<br />
gerando conflitos ou tendo comportamentos de indiferença. (...) Considero<br />
difícil conviver com a não veracidade das amizades por parte de alguns.”<br />
“Tenho um bom relacionamento com a equipe, tento me dar b<strong>em</strong> com todos<br />
(...) Assim... é claro que evito comentários com certas pessoas, que passam<br />
para frente o que você fala.”.<br />
“A equipe é boa, responsável, compromissada. (...) Acho que t<strong>em</strong> pessoas<br />
que não são capacitadas para estar<strong>em</strong> no cargo que estão”<br />
“Com a equipe tenho um bom vínculo.(...) Grosserias da parte de outros<br />
colegas me deixa frustrada.”<br />
Poderíamos pensar, <strong>em</strong> uma primeira instância, que os dados revelam um discurso<br />
incongruente, controverso, já que inicialmente os educadores qualificam o vínculo como bom,<br />
mas posteriormente usam outros adjetivos que são incompatíveis com a primeira visão. Deste<br />
modo, uma possível leitura sobre esses relatos seria compreendê-los como uma ação<br />
defensiva, uma resistência <strong>em</strong> expor ideias que contradiz<strong>em</strong> o ideal de grupo harmonioso e<br />
que desvele a dimensão real. Outra possibilidade de compreensão seria, por se tratar de um<br />
estudo institucional, o receio de revelar opiniões para um pesquisador e ser identificado ou<br />
visto como um delator. Essas pressuposições serão retomadas durante as análises dos<br />
atendimentos musicoterapêuticos.<br />
Portanto, há que se considerar que <strong>em</strong> qualquer entrevista, não há garantias de que<br />
os depoimentos possam ser encarados como totalmente confiáveis. O entrevistado, <strong>em</strong> diversas<br />
situações, diz o que acha que agradará ao entrevistador, procura, consciente ou