EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG
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INTRODUÇÃO<br />
Através dos diversos meios de comunicação, depara-se cotidianamente com casos<br />
de violência e criminalidade. Também não são poucos aqueles que têm uma história a ser<br />
contada <strong>em</strong> que já foram vítimas ou presenciaram cenas de crimes, especialmente furtos e<br />
roubos.<br />
Se antes o crime era percebido como algo distante, um fenômeno excepcional na<br />
vida das pessoas, agora passa a ser visto como algo corriqueiro, que pode ocorrer a qualquer<br />
hora e, certamente, acometerá a todos <strong>em</strong> menor ou maior grau, notadamente <strong>em</strong> países com<br />
um alto índice de desigualdade social, como o Brasil (BINATO JÚNIOR, 2007). Nota-se que,<br />
nesses acontecimentos, não é rara a participação de adolescentes. Assim, acompanhando uma<br />
tendência mundial, percebe-se, no país, um aumento de crimes cometidos por indivíduos<br />
dessa faixa etária. Suas atividades delitivas estão se ass<strong>em</strong>elhando às de adultos, tanto no que<br />
concerne ao número de casos quanto ao grau de violência. Se antes eles eram apenas coautores<br />
dos crimes dos quais participavam, agora tend<strong>em</strong> a agir sozinhos (OLIVEIRA E<br />
ASSIS, 1999).<br />
Em resposta a esta situação, a população, cada vez mais, apresenta mudanças e<br />
restrições <strong>em</strong> seus hábitos, devido, principalmente, à falta de segurança gerada pela violência<br />
no contexto urbano. A violência, ao ser amplamente difundida pela mídia, faz com que se<br />
estabeleça, de forma notória, uma cultura do medo. Dirigir com os vidros fechados e portas<br />
travadas; não parar <strong>em</strong> sinaleiros no período da noite; instalar alarmes e câmeras de<br />
seguranças nas residências; contratar guardas noturnos, viaturas de escoltas e/ou<br />
monitoramentos à distância, são algumas das formas de se proteger, b<strong>em</strong> como de se afastar<br />
dessa realidade.<br />
Cada vez mais fechadas <strong>em</strong> suas microcomunidades, as pessoas vão abandonando<br />
o ideal de uma comunidade maior e não perceb<strong>em</strong> mais os “outros”, isto é, aqueles que não<br />
faz<strong>em</strong> parte do seleto grupo passam a ser considerados como “perigosos” (BAUMAN, 2003).<br />
Em discussões acirradas e radicais, os adolescentes autores de atos infracionais são<br />
estigmatizados por alguns grupos da sociedade, sendo considerados como audaciosos,<br />
violentos, dispostos a tudo e prontos para qualquer tipo de ação, inclusive matar