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que atuam nesses espaços. Com relação à parte arquitetônica das instalações, estas devem ser
construídas com a garantia de contenção, sem violência (VOLPI, 2002).
Portanto, diante da necessidade de responsabilização do jovem pela transgressão
por ele cometida e do cuidado com este frente à resposta à sociedade, a privação de liberdade
parece ser apropriada em alguns casos, e são necessárias melhores condições para uma
realização adequada desta medida.
Para Bido (2006), na sociedade contemporânea, os adolescentes autores de atos
infracionais são a constatação de uma falha, o impedimento para a realização de uma
sociedade equilibrada e limpa, uma ameaça ao seu próprio delírio narcísico. Nesse sentido, há
um movimento onde “temos pressa em achar soluções para o caso da delinquência juvenil,
mas não temos tempo de voltarmos ao passado que poderia explicá-la” (id., p.7). Como o
mesmo autor retrata, é necessário pensar sobre o que esses adolescentes desejam,
compreendem e como veem a sociedade e a si mesmos, a fim de propor intervenções mais
adequadas e eficazes.
Após terem sido apresentadas algumas concepções acerca da adolescência, do ato
infracional e das medidas de internação, dar-se-á foco, no próximo item, ao educador social,
em sua formação e identidade e em sua forma de relacionar-se com esses adolescentes autores
de atos infracionais privados de liberdade.
1.4 - O Educador Social: formação e identidade
Exercer uma profissão é ter que lidar tanto com as aspirações individuais quanto
com as crenças e mitos da sociedade. Assim, ser educador social no Brasil é lidar com o
desconhecido, pois esta é uma profissão para a qual ainda não se tem uma formação
específica e tampouco uma definição clara de suas funções e objetivos.
Para Caro e Guzzo (2004),
o educador social, nome do profissional que trabalha com pessoas
participantes de programas e projetos sociais, dificilmente tem como
exigência, nesse país, uma formação específica e uma clareza de ações e
objetivos, pois, muitas vezes, é admitido nessa função por falta de
nomenclaturas a certas ocupações (p.55).