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Nos Estados Unidos, assim como no Reino Unido, o trabalho social se concebe
ligado à educação social (social education). Porém, diferentemente da Pedagogia Social, esta
“segue parâmetros que privilegiam a compensação às carências sociais, em detrimento do
sentido pedagógico” (MACHADO, 2009, p.139).
Sobre os países da America Latina, esta mesma autora relata que México,
Argentina, Chile e Venezuela possuem a profissão de educador social regulamentada, porém
ainda pouco reconhecida e sem um aporte teórico consubstanciado.
O Uruguai é, no campo da Pedagogia Social, aquele que mais se destaca dentre os
países da America Latina. Iniciada em 1985, dentro do processo de redemocratização do país
em um regime de ditadura, a Pedagogia Social é resultante da organização de um grupo de
professores preocupados com a situação de crianças e jovens vivendo nas ruas e para os quais
a escola já não fazia mais sentido. Hoje, em meio a lutas e enfrentamentos, esse grupo tem
buscado o reconhecimento do Estado quanto à necessidade de validar cada vez mais a figura
do educador social, através da oferta de formação e admissão de um currículo construído
coletivamente, atendendo as demandas das populações-alvo (MACHADO, 2009).
Apesar de seu caráter abreviado, este panorama permite observar como o conceito
de Pedagogia Social, desde o início, vem se constituindo de forma bastante imprecisa, ora
sendo considerada como teoria geral da Educação, ora como uma forma de evitar a redução
da Educação unicamente aos processos individuais; ora como um campo de estudo que se
considera a conexão entre Educação e sociedade, ora como uma esfera de atividades que
combatem e amenizam problemas sociais por meio de métodos educacionais
(HÄMÄLÄINEN, 1989 apud OTTO, 2009).
Essa ambiguidade, inerente à natureza da Pedagogia Social, é vista por Otto
(2009) como problemática, mas também inspiradora, configurando-se como um chamado à
existência, originando profundos e férteis trabalhos teóricos.
Dessa forma, o agravamento das desigualdades, promovido pelo modelo de
desenvolvimento vigente, vem ampliando a pobreza e a exclusão em todo o mundo e assim,
fomenta novas modalidades, diferentes destinatários, espaços inéditos e agentes educativos
que fortalecem a área da Educação Social. A esse respeito, Fitchtner (2009) comenta que
percebe-se que aumenta, em vez de diminuir, as necessidades de ajuda, de
acompanhamento e de Educação Social por parte dos indivíduos,
organizações, instituições e da sociedade como um todo. A causa deste