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EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

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pensamento e de elaboração psicológica e social dessa realidade. Sendo assim, ao refletir<br />

sobre representações sociais, é devidamente apropriado considerar os aspectos constituintes<br />

(os processos) e os constituídos (os produtos ou conteúdos) (DOTTA, 2006).<br />

Nesse sentido, ao introduzir a ideia de processo e produto, esta teorização<br />

aproxima-se de outras áreas e passa a servir de ferramenta para outros campos, como a Saúde,<br />

a Educação, a Arte e o Meio Ambiente. No campo das <strong>Artes</strong>, <strong>em</strong> especial na <strong>Música</strong>, Duarte<br />

(2002) afirma que<br />

a abordag<strong>em</strong> das Representações Sociais é um modelo conceitual capaz de<br />

explicar processos de criação e apreciação artísticas integrando aspectos<br />

históricos, sociais e culturais com processos psicológicos individuais. Ela<br />

nos permite analisar o fenômeno musical <strong>em</strong> seu duplo papel, tanto como<br />

produto da realidade social quanto como parte do processo de construção<br />

dessa realidade (p.126).<br />

A música, a partir desse ponto de vista, não é compreendida apenas como uma<br />

manifestação individual, fruto da mente brilhante de determinados artistas, desconectada com<br />

o universo ideológico, sócio-histórico. A música não é considerada exclusivamente como um<br />

sintoma, um presságio, ou mesmo como um produto acabado, mas como um el<strong>em</strong>ento<br />

integrante da própria História. Ela influencia e é influenciada, ela reflete e refrata uma dada<br />

realidade, “num processo de constante iteração dialética e recriação permanente” (FREIRE,<br />

1992, p.7). Portanto, Clímaco (1998) assinala que<br />

como el<strong>em</strong>ento constitutivo da sociedade, sujeito à sua t<strong>em</strong>poralidade, a<br />

música não apenas reflete o que existe neste social, mas é capaz de constituir<br />

o novo, lançando possibilidades de novas estruturas, no que diz respeito à<br />

sociedade e à própria arte. A música significa e ressignifica, estabelece uma<br />

relação intricada com o t<strong>em</strong>po e com a sociedade com a qual interage,<br />

ajudando a constituí-los.<br />

Essa capacidade da música <strong>em</strong> incorporar a dinâmica do social é devido a sua<br />

estrutura simbólica. Em suas notas, acordes e cadências intricados <strong>em</strong> suas repetições,<br />

imitações, tensões-resoluções, consonâncias, a música articula sentidos e significados; “não<br />

um universo fixo de significados, mas um universo de possibilidades de novas ordenações e<br />

significações” (FREIRE, 1994, p.128).<br />

Dessa forma, os símbolos musicais são modos de representação construídos a<br />

partir do sonoro, mas a natureza dinâmica da música recusa qualquer fixação definitiva de um

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