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EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

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Musicoterapia, ao proporcionar autoconhecimento, fortalece os educadores sociais para o<br />

enfrentamento de situações ansiogênicas.<br />

Nos registro de outros educadores perceb<strong>em</strong>os ainda que esses ganhos pessoais<br />

não se restringiram ao espaço do setting musicoterapêutico e aquilo que foi aprendido, por<br />

não estar vinculado apenas aos aspectos cognitivos, mas principalmente aos <strong>em</strong>ocionais, serão<br />

l<strong>em</strong>brados: “durante os encontros de musicoterapia consegui clarear minhas <strong>em</strong>oções,<br />

estruturar os pensamentos e ir além do momento” e “eu aprendi muito, tenho certeza que não<br />

vou esquecer tudo que aprendi.”<br />

Quanto ao desenvolvimento das relações interpessoais, os educadores<br />

evidenciaram <strong>em</strong> seus registros que a musicoterapia os auxiliou na compreensão e aceitação<br />

das diferenças, principalmente por ter dado a eles a oportunidade de estar<strong>em</strong> mais próximos<br />

uns dos outros e de conhecer<strong>em</strong> um pouco melhor os profissionais que compartilham do<br />

mesmo ambiente de trabalho. Assim, o processo grupal permitiu que os educadores<br />

socializass<strong>em</strong> suas experiências e interagiss<strong>em</strong> uns com os outros, principalmente através das<br />

expressões sonoro-musicais.<br />

Com base nos nove encontros com o grupo I, oito com o grupo II e um encontro<br />

<strong>em</strong> conjunto, avaliamos que o nível dessa interação foi significativo, principalmente pelo<br />

estabelecimento da coesão grupal e do vínculo de confiança: “foi ótimo, nos fez até mesmo<br />

liberar as coisas interiores guardadas dentro da gente”; “fiquei muito a vontade para falar<br />

dos meus fantasmas que só eu sentia”. Foi possível, <strong>em</strong> alguns momentos, identificar<br />

características próprias do grupo, isto é, sinais de uma matriz grupal, principalmente por volta<br />

do sexto e sétimo atendimentos. No entanto, entend<strong>em</strong>os que a proposta de unir os grupos no<br />

último encontro desviou o foco de atenção nos fenômenos de cada grupo, pela expectativa<br />

dessa junção.<br />

Os relatos também mostraram que durante os encontros musicoterapêuticos, a<br />

música agenciou a produção de corpos sonoros e subjetividades. Considerando que<br />

fisicamente todos os corpos são sonoros, visto que todos eles são suscetíveis a vibrar,<br />

acreditamos que durante esse trabalho foi possível encontrar as “frequências” que<br />

mobilizass<strong>em</strong> os m<strong>em</strong>bros dos grupos, conduzindo-os ao resgate de seus próprios sons, a<br />

desvelar novas sonoridades, conectando-os com diferentes sentidos e com a vida. A música<br />

como um convite à percepção das vibrações, a exploração das subjetividades e o silêncio não<br />

como fim, dor ou caos, mas como um espaço ao inaudível, encontro de vibrações, um retorno<br />

ao sensível.

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