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EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

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musical 33 dando oportunidade aos educadores de imaginar<strong>em</strong>-se no lugar do outro: policial,<br />

adolescente, técnico e monitor, sendo ainda possível o acréscimo de outros personagens além<br />

destes. No entanto, antes de realizarmos a técnica tiv<strong>em</strong>os, como de costume, o momento de<br />

acolhimento. Tereza e Paula trouxeram conteúdos pessoais que estavam relacionados com o<br />

encontro anterior:<br />

“Eu achei interessante, nas considerações finais do nosso último encontro,<br />

vocês deram umas pontuadas muito boas! Eu tenho mania de „ruminar‟<br />

(risos). (...) E você dizendo muito essa coisa assim que... às vezes, as pessoas<br />

se preocupam d<strong>em</strong>ais com as coisas „lá fora‟, com o coletivo d<strong>em</strong>ais, e não<br />

volta para elas. E eu fiquei questionando isso, né? O tanto que eu tenho feito<br />

isso... Eu gostei muito dessa ponderação sua” (Tereza)<br />

“Já t<strong>em</strong> um t<strong>em</strong>po que eu venho percebendo que esse cuidar, ele é muito<br />

importante. Mas às vezes eu não tenho conseguido. Faz, faz, faz. Faz no<br />

trabalho, faz <strong>em</strong> casa. Mas eu tenho despertado pra isso, de que a gente<br />

precisa desse momento. Mas eu quero estar fazendo disso um hábito: esse<br />

momento é pro trabalho, esse momento é pra casa e esse momento sou eu;<br />

tentar resgatar isso, pra que isso seja dia-a-dia, rotina. Porque eu tenho<br />

percebido essa necessidade, essa falta.” (Paula)<br />

Porém, os d<strong>em</strong>ais participantes, Bruno, Walter, Sandra, Catarina e Vanessa não<br />

quiseram fazer nenhuma colocação. Notamos certa diferença entre aqueles que haviam<br />

participado do sexto encontro e os outros participantes que haviam faltado naquele dia quanto<br />

ao envolvimento e compreensão do trabalho. Só após um distanciamento do processo,<br />

perceb<strong>em</strong>os como o sexto encontro havia proporcionado uma experiência musicoterapêutica<br />

intensa aos educadores; uma experiência que trouxe som àqueles corpos cansados,<br />

rel<strong>em</strong>brando-os da vida que existia dentro deles, e que, por toda a carga de trabalho, estava<br />

silenciada. Esse foi um dos momentos <strong>em</strong> que presenciamos a produção de corpos sonoros e<br />

subjetividades. Pelas falas dos educadores <strong>em</strong> outro momento mais adiante do processo, essas<br />

impressões foram convalidadas:<br />

33 Essa técnica é apresentada por Bruscia (2000, p.133) como uma variação da experiência musical receptiva, na<br />

qual “o cliente representa o que ouve na música”. Nesse encontro, no entanto, propomos uma dramatização<br />

musical de forma diferenciada, <strong>em</strong> que o grupo deveria criar e sonorizar uma cena a partir de suas próprias<br />

experiências no ambiente de trabalho, sendo disponibilizados ao grupo roupas, acessórios e instrumentos<br />

musicais.

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