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2) Dor e tristeza: um participante relatou ter sentimentos de dor e tristeza pela
condição de vida dos adolescentes. O educador evidencia que essa condição dos adolescentes,
de estarem em conflito com a lei, provém muitas vezes da falta de estrutura familiar.
“Sinto dor, tristeza. Converso muito com os adolescentes. Sinto vontade de
ajudar a sair dessa vida, ajudar a família. Uma tristeza muito grande na
alma. Tento dar o melhor para eles.”
3) Esperança: dois educadores associaram o sentimento de esperança ao ambiente
de trabalho. Uma leitura mais minuciosa das falas mostra como a crença religiosa e o
estabelecimento da coesão grupal na equipe auxiliam na manutenção deste sentimento.
“Tenho esperança que os adolescentes se recuperem. O desejo é esse. A
gente que é evangélico a vontade é essa, desses meninos terem uma vida
melhor.”
“Acreditamos no trabalho educativo e coletivo. Somos uma grande equipe
em busca do bem comum de todos.”
4) Perigo e risco: dois educadores evidenciam em suas falas os sentimentos de
perigo e de risco. Ora esses sentimentos são colocados como algo exterior, por as pessoas
acreditarem que esta é a realidade, e esta crença provoca certa ressonância no indivíduo, ora
como algo interior, pela constatação própria de quem atua nesses espaços.
“As pessoas acham que é perigoso pelo contato corpo a corpo com os
meninos. Pelas notícias no jornal a família teme. Mas eu nem tanto.”
“É arriscado.”
5) Dificuldades em encontrar respostas: dois educadores relataram ser esta uma
pergunta difícil, já que implica em “traduzir”, isto é, demonstrar o que se passa ali.
“É difícil traduzir. Pessoas atravessando uma fase difícil, mas não querem
mudar. Não deixo de aconselhar, mas a maioria não quer mudar.”
“É difícil criar imagens de um ambiente cheio de histórias diversas e tristes,
sentimentos são vários e até sofremos com tantos contratempos que existe
em nosso meio.”