EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG
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s<strong>em</strong>pre recorre à criação de uma realidade imaginária. Para esse autor, o grupo possui tanto<br />
uma realidade externa, física e social, quanto uma realidade interna que gera o surgimento do<br />
fenômeno chamado “ilusão grupal”.<br />
Yalom (2006) esclarece que, apesar do grupo terapêutico ser artificial por suas<br />
condições de formação, é um lugar real por promover experiências de vida naturais, <strong>em</strong> que a<br />
realidade psicológica permite que um m<strong>em</strong>bro se conecte mais profundamente a outro do que<br />
a outras pessoas de seu cotidiano.<br />
Esse “universo de significações imaginárias” do grupo é fundamentado pelo<br />
imaginário social, isto é, as normas e contatos estabelecidos no grupo terapêutico part<strong>em</strong> da<br />
forma com que as pessoas inventam suas relações com o mundo, com as pessoas, part<strong>em</strong> de<br />
suas representações sociais sobre coletividade (FERNANDÉZ, 1992).<br />
Todas essas reflexões se faz<strong>em</strong> conexas aos processos grupais musicoterapêuticos,<br />
e para que estes sejam mais b<strong>em</strong> compreendidos pelo musicoterapeuta, além dos el<strong>em</strong>entos<br />
que naturalmente são considerados na “leitura da dinâmica do grupo”, dev<strong>em</strong> ser observados<br />
aspectos fundamentais que ocorr<strong>em</strong> nas experiências musicais, sejam elas expressivas ou<br />
receptivas. A leitura musicoterapêutica, <strong>em</strong> um grupo, requer uma maior abertura dos sentidos<br />
do musicoterapeuta. Além da observação da postura corporal, da linguag<strong>em</strong>, das expressões<br />
faciais e dos maneirismos dos participantes de um grupo, que normalmente são objetos de<br />
uma leitura da dinâmica grupal, há que se considerar também os corpos sonoros <strong>em</strong> suas<br />
vibrações, frequências e ressonâncias; os sentidos e significados das expressões musicais dos<br />
participantes do grupo; a escolha e o manuseio dos instrumentos musicais ou dos objetos<br />
sonoros; e ainda os diferentes papéis assumidos pelos participantes durante as experiências<br />
musicais.<br />
Por isso, através do diagrama apresentado a seguir, pretende-se discorrer sobre os<br />
processos grupais <strong>em</strong> musicoterapia, ressaltando a música como el<strong>em</strong>ento diferencial nessa<br />
prática.