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“quando acontece algum problema com a equipe atinge diretamente os
adolescentes.”
Apesar de todos os participantes do grupo II evidenciarem aspectos positivos em
relação ao vínculo com a equipe, um participante descreveu suas dificuldades em enfrentar
situações adversas:
“Entre a equipe há algumas coisas que a gente não concorda, mas vou
respeitando o limite do outro. Mas às vezes, a gente explode, né? Coloco
para a fora, converso e resolvo.”
O desenvolvimento eficaz de uma equipe implica no aperfeiçoamento de certas
habilidades de comunicação, para que assim cada profissional se faça compreendido com
clareza. Desse modo, a prática do feedback, isto é, informar ao outro sobre como sua atuação
está afetando outras pessoas, é essencial para melhorar o desempenho individual e grupal
(MOSCOVICI, 1985).
No entanto, para que este processo seja realmente útil é ideal que o acúmulo de
informações seja evitado e que sempre que oportuno as percepções sejam comunicadas ao
outro. Algumas outras características apontadas por Moscovici (id.) para um bom feedback
são: ser descritivo ao invés de avaliativo, ou seja, evitar o julgamento; ser específico ao invés
de geral e ser dirigido para comportamentos que o receptor seja capaz de modificar.
Vínculo com os adolescentes
No grupo I, duas categorias foram constituídas a partir da questão sobre o vínculo
com os adolescentes:
1) Vínculo Positivo: nove entrevistados qualificaram o vínculo com os
adolescentes como “bom”, “tranquilo”, “ótimo”, “de confiança” “de afeto”, “com respeito”.
Dentre esses, dois entrevistados, apegados a uma compreensão mais conceitual deste termo,
observaram que o vínculo só é estabelecido com aqueles adolescentes com os quais se tem um
contato direto. Para os professores, aqueles que são seus alunos; e no caso dos técnicos,
aqueles que recebem atendimentos. Portanto, seguindo esta concepção, com os outros
adolescentes, apesar de serem conhecidos, não haveria constituição de vínculo.