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EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

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ressalta González Rey (2007, p.164), a terapia está s<strong>em</strong>pre envolvida <strong>em</strong> um espaço de<br />

subjetividade social.<br />

A ênfase na dimensão social <strong>em</strong> musicoterapia se faz cada vez mais necessária,<br />

pois como analisa Jovchelovitch (1995),<br />

<strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos que nos confrontam continuamente com críticas pós-modernas<br />

que elogiam a multiplicação de significados, a diferença e a supr<strong>em</strong>acia da<br />

intimidade apenas e unicamente <strong>em</strong> relação a si mesmos, onde a noção de<br />

limite se apresentam freqüent<strong>em</strong>ente como autoritárias ou como ilusões<br />

perdidas da modernidade, eu acredito ser necessário reafirmar que a<br />

produção de significação e da diferença só é possível <strong>em</strong> relação às<br />

fronteiras de um mundo de outros (p.82).<br />

Santos (2002), no entanto, traça uma importante consideração acerca do estudo do<br />

contexto social <strong>em</strong> musicoterapia. Para ele,<br />

<strong>em</strong>bora não se possa dizer que a preocupação com os probl<strong>em</strong>as sociais<br />

deixa de estar presente entre os musicoterapeutas do Brasil, cabe destacar<br />

que o estudo destas questões não ocupa propriamente um lugar de destaque<br />

no nosso debate teórico. Even Ruud já identificava, <strong>em</strong> 1990, o descaso<br />

quanto ao contexto social maior como uma característica das definições de<br />

musicoterapia, de um modo geral. Caberia questionar se o descaso com o<br />

contexto social se estende ao próprio modo como consideramos a música,<br />

isto é, se a nossa análise do fenômeno musical não estaria sendo prejudicada<br />

por uma certa falta de perspectiva social nas nossas abordagens (p.59).<br />

O autor conclui que ainda são poucas as abordagens da música no campo da<br />

musicoterapia que possu<strong>em</strong> uma perspectiva social mais ampla, que possibilite uma<br />

compreensão mais aprofundada dos sentidos da música que <strong>em</strong>erg<strong>em</strong> no setting<br />

musicoterapêutico. Frente ao exposto, observa-se que a Teoria das Representações Sociais<br />

permite valorizar a dimensão social s<strong>em</strong> anular a dimensão individual e que conexões entre<br />

representações sociais e musicoterapia geram uma terapêutica imbricada com a cidadania, a<br />

ética e a política.<br />

Nota-se ainda que o “social” <strong>em</strong> musicoterapia, muitas vezes, é entendido de<br />

forma restrita, como um campo de atuação, como atendimentos a pessoas menos favorecidas,<br />

ou intervenções diretas na comunidade. Faz-se necessária uma ampliação deste conceito, pois<br />

<strong>em</strong> concordância ao pensamento de Vigostky (1999),

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