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EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

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54<br />

musicoterapêutico<br />

2.3.1 A produção de corpos sonoros e subjetividades no setting<br />

A seguinte questão ainda permanece <strong>em</strong> aberto: que experiência é esta que a arte<br />

musical proporciona aos indivíduos <strong>em</strong> um setting musicoterapêutico? Fazendo uma<br />

aproximação com o pensamento de Vigostky que, <strong>em</strong> seu livro Psicologia da Arte (1999),<br />

afirma:<br />

a arte introduz cada vez mais ação da paixão, rompe o equilíbrio interno,<br />

modifica a vontade <strong>em</strong> um sentido novo, formula para a mente e revive para<br />

o sentimento aquelas <strong>em</strong>oções, paixões e vícios que s<strong>em</strong> ela teriam<br />

permanecido <strong>em</strong> estado indefinido e imóvel (p.316).<br />

A arte atinge, afeta, atravessa e cria no indivíduo uma dinâmica contagiante,<br />

possibilitando não somente que ele a transforme, mas que se transforme com ela (CHAGAS,<br />

2008). A arte é um lugar <strong>em</strong> que o vir-a-ser do hom<strong>em</strong> ganha visibilidade, sonoridade,<br />

sensibilidade através de um material (FERRAZ, 2005). A música <strong>em</strong> Musicoterapia toca o<br />

cliente, o corpo do cliente por meio de vibrações e sensações. E o corpo, quando tocado pela<br />

música, seja pelo som de uma canção gravada ou de uma voz rouca e trêmula pela <strong>em</strong>oção,<br />

pode ser preenchido por afetos.<br />

Dessa forma, <strong>em</strong> um processo musicoterapêutico, corpo, som e música interag<strong>em</strong>.<br />

Os acontecimentos vão se constituindo no encontro do indivíduo com o seu corpo, com o<br />

corpo do outro, com o corpo dos instrumentos musicais e com o corpo da própria música<br />

(CRAVEIRO DE SÁ e VALENTIN, 2008). Acredita-se, portanto, que a experiência com a<br />

arte musical <strong>em</strong> Musicoterapia possibilita ao cliente a produção de corpos sonoros e<br />

subjetividades.<br />

Assim, parte-se da concepção que corpo sonoro 12 constitui-se <strong>em</strong> um corpo capaz<br />

de produzir sons, isto é, “um corpo toma o nome de corpo sonoro, quando, estando <strong>em</strong><br />

vibração, produz som. Fisicamente todos os corpos são sonoros, visto que todos eles são<br />

suscetíveis a vibrar” (NOGUEIRA, 1941, p.3).<br />

12 Na obra Vers une musique expérimentale, Schaeffer e Boulez (1957) também utilizam a expressão “corpo<br />

sonoro”, mas r<strong>em</strong>et<strong>em</strong> a dois sentidos distintos: o corpo do próprio som e o corpo produtor de som.

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