EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG
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possibilidade e não de determinismo, que o futuro é probl<strong>em</strong>ático e não inexorável. Em um<br />
discurso permeado por esperança, o autor faz uma crítica à ideologia fatalista que impera nas<br />
sociedades pós-modernas. Essa ideologia insiste que nada pode ser feito contra a realidade<br />
social e conduz a acreditar que só há uma saída para a prática educativa: adaptar o educando a<br />
esta realidade que não pode ser mudada.<br />
Portanto, nessas sociedades a pedagogia dominante é a pedagogia das classes<br />
dominantes e, por conseguinte, estabelecer uma “educação como prática da liberdade”<br />
envolve necessariamente uma “pedagogia do oprimido”, ou seja, uma pedagogia <strong>em</strong> que o<br />
oprimido tenha condições de, reflexivamente, descobrir-se e conquistar-se como sujeito de<br />
sua própria destinação histórica (FREIRE, 1987).<br />
Nas ideias e na atuação militante de Paulo Freire, um imensurável número de<br />
educadores t<strong>em</strong> encontrado o alimento necessário para enriquecer e aperfeiçoar sua práxis<br />
(GADOTTI, 1996). Dentre esses, destaca-se o educador Cesara de Florio La Rocca, diretorpresidente<br />
do Projeto Axé. Em 1990, na cidade de Salvador (BA), após dez anos de ditadura<br />
militar, foi criado um espaço educativo para os “filhos e filhas da exclusão <strong>em</strong> condição<br />
existencial de rua”, <strong>em</strong>basado nos postulados de Paulo Freire e Jean Piaget. Neste projeto, os<br />
jovens têm acesso a várias linguagens artísticas, tanto com finalidade educativa quanto<br />
profissionalizante. De acordo com La Rocca “a arte é um direito fundamental de cada ser<br />
humano e assume um papel especial na vida de jovens que procuram realizar o ideal<br />
harmonioso do Projeto Axé: ter na Ética e na Estética os pilares de um novo projeto de vida”<br />
(www.projetoaxe.org.br).<br />
Em Juazeiro do Norte, no estado de Rio Grande do Norte, desde 1998 funciona o<br />
projeto intitulado Circo Escola de Ecocidadania, criado pelo Instituto Ecocidadania Juriti -<br />
IEJ. Malabares, acrobacia de solo, monociclo, palhaço, perna-de-pau e montag<strong>em</strong> de<br />
espetáculo são algumas das oficinas realizadas com crianças e adolescentes, com o objetivo<br />
de tirá-los das ruas e integrar suas famílias. Baseado na Pedagogia da Autonomia de Paulo<br />
Freire (1987) e no Teatro do Oprimido de Augusto Boal (2005), o projeto visa à promoção da<br />
alfabetização ecológica e da tecnologia da informação para crianças e seus familiares. Através<br />
destes ex<strong>em</strong>plos, não é difícil trazer à mente a l<strong>em</strong>brança de outros projetos sociais,<br />
divulgados <strong>em</strong> programas de televisão ou localizados <strong>em</strong> um bairro próximo.<br />
Ainda sobre práticas socioeducativas b<strong>em</strong> sucedidas, na esfera pública, o Centro<br />
de Atendimento Socioeducativo (Case) de Caruaru, no estado de Pernambuco, destaca-se pelo<br />
Projeto Inserção Cidadã. Esse projeto promove atividades que r<strong>em</strong>et<strong>em</strong> às características