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EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

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construir um diálogo com alguns autores que tratam de Processo Grupal, independent<strong>em</strong>ente<br />

de suas abordagens teóricas, considerando suas percepções sobre os acontecimentos que<br />

ocorr<strong>em</strong> <strong>em</strong> um grupo terapêutico.<br />

Para Yalom (2006), se <strong>em</strong> um processo individual o cliente t<strong>em</strong> um t<strong>em</strong>po a mais<br />

para se revelar para o terapeuta, <strong>em</strong> um grupo terapêutico, <strong>em</strong> um breve período os m<strong>em</strong>bros<br />

começam a ser eles mesmos: interag<strong>em</strong> com os outros da mesma forma que <strong>em</strong> sua esfera<br />

social, criando no grupo o mesmo ambiente interpessoal que s<strong>em</strong>pre habitaram. O grupo<br />

terapêutico, portanto, se constitui como um microcosmo social, uma miniatura do universo<br />

social de cada m<strong>em</strong>bro.<br />

Outra diferença apontada por esse autor é que o comportamento do cliente <strong>em</strong> um<br />

grupo terapêutico configura-se como um dado preciso e não possui os pontos cegos dos<br />

relatos pessoais. Uma interação rica e dinâmica é estabelecida entre os m<strong>em</strong>bros e o ambiente<br />

do grupo, isto é, os m<strong>em</strong>bros moldam o seu próprio microcosmo social, que por sua vez evoca<br />

comportamentos defensivos característicos de cada um.<br />

Assim sendo, quanto mais espontânea a interação entre os participantes de um<br />

grupo, mais rápido e autêntico será o desenvolvimento do microcosmo social. Isto aumenta a<br />

probabilidade de as questões probl<strong>em</strong>áticas centrais de todos os m<strong>em</strong>bros ser<strong>em</strong> evocadas e<br />

abordadas (YALOM, 2006).<br />

De acordo com Ribeiro (1994),<br />

no grupo terapêutico, as pessoas pod<strong>em</strong> experienciar o verdadeiro sentido da<br />

existência à procura de sua essência. Ali se vê<strong>em</strong> e se sent<strong>em</strong> a dor, a<br />

angústia, a raiva, o amor, a alegria, o medo, a tristeza, todos os sentimentos<br />

humanos à procura de sua inteligibilidade, de sua lógica interna (p. 10).<br />

Portanto, no grupo terapêutico não apenas forma-se um microcosmo social, onde<br />

o comportamento mal-adaptativo dos m<strong>em</strong>bros é d<strong>em</strong>onstrado claramente, como também se<br />

cria um laboratório para a transformação desses comportamentos. Considerando que a história<br />

de vida de todo ser humano é marcada pelo pertencimento a inúmeros grupos sociais e sendo<br />

por meio desses que as características sociais mais amplas ag<strong>em</strong> sobre os indivíduos, o grupo<br />

terapêutico pode vir a ser um espaço para aprendizag<strong>em</strong> e desenvolvimento de habilidades<br />

interpessoais.<br />

Didier Anzieu (1993), entretanto, indica a artificialidade desse microcosmo<br />

quando afirma que o grupo não consegue se manter preso apenas à sua trama simbólica, mas

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