EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG
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afirma que a metodologia vai sendo construindo à medida que a pesquisa se realiza, quando<br />
pesquisador e objeto de estudo estabelec<strong>em</strong> uma inter-relação.<br />
Tratando-se de pesquisa <strong>em</strong> musicoterapia, esta autora traz ainda reflexões acerca<br />
do des<strong>em</strong>penho simultâneo dos papéis de pesquisador e musicoterapeuta. Para ela, quando<br />
isso acontece, trabalha-se <strong>em</strong> uma concepção de subjetividade, onde há oportunidade de se<br />
investigar tanto os clientes como a si próprio (PIAZZETTA, 2006). Sobre esta questão, Silva<br />
(2008) afirma que o musicoterapeuta-pesquisador qualitativo, por meio dos seus sentidos, da<br />
sua expressão não-verbal e sonora, pode descrever a experiência musical vivenciada pelo<br />
cliente, desvelando possíveis sentidos e significados vivenciados no setting<br />
musicoterapêutico.<br />
Portanto, percebe-se que, comprometida com a humanização, a musicoterapia,<br />
através da abordag<strong>em</strong> qualitativa, cumpre com a responsabilidade da Ciência com a<br />
humanidade. Neste caso, de forma mais inerente, já que a pesquisa pauta-se <strong>em</strong> uma dimensão<br />
social.<br />
Assim, através do estudo bibliográfico e coleta de dados, o objetivo principal<br />
desta pesquisa pauta-se <strong>em</strong> investigar como a Musicoterapia pode contribuir na produção de<br />
corpos sonoros e subjetividades de educadores sociais que atuam <strong>em</strong> centros de internação e<br />
atendimento para adolescentes autores de atos infracionais, visando identificar as experiências<br />
musicais/musicoterapêuticas como campo do representacional.<br />
Como objetivos específicos procurou-se: 1) estabelecer relações entre teorias da<br />
Educação Social, Psicologia Social, História Cultural e Musicoterapia, abordando os<br />
seguintes t<strong>em</strong>as: educadores sociais, adolescentes autores de atos infracionais, medidas<br />
socioeducativas, representações sociais e música; 2) desenvolver uma pesquisa de campo<br />
junto a dois grupos formados por educadores sociais, com o objetivo de proporcionar-lhes<br />
experiências musicoterapêuticas; 3) analisar a influência da música e de seus el<strong>em</strong>entos<br />
constitutivos no desenvolvimento das relações intra e interpessoais nos referidos grupos; 4)<br />
explicar como ocorreu a produção de corpos sonoros e subjetividades nos processos<br />
musicoterapêuticos grupais; 5) identificar as representações sociais dos participantes desta<br />
pesquisa evidenciadas <strong>em</strong> seus discursos e práticas musicais e não-musicais.<br />
Escolheu-se, como modalidade de pesquisa, o estudo de caso. Este é um<br />
procedimento que visa adquirir conhecimento do fenômeno estudado a partir da exploração<br />
intensa de um caso. Ventura (2007) relata que o estudo de caso, que era uma modalidade