EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG
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Desde a graduação, a presente pesquisadora v<strong>em</strong> desenvolvendo investigações<br />
relacionadas às t<strong>em</strong>áticas corpo e música <strong>em</strong> Musicoterapia. Ao que concerne aos educadores<br />
sociais, algumas questões impulsionaram o delineamento desta pesquisa: o que pode e pede o<br />
corpo de um educador social nesses espaços de privação de liberdade? Haverá ali um corpo<br />
<strong>em</strong> conflito ou um corpo capaz de produzir mudanças? É possível, nesse contexto, a produção<br />
de subjetividades agenciada pela música?<br />
Considera-se que a Musicoterapia é a aplicação sist<strong>em</strong>ática da música, conduzida<br />
por um musicoterapeuta <strong>em</strong> um ambiente terapêutico, para produzir mudanças que<br />
proporcionam ao indivíduo experienciar uma maior compreensão de si mesmo e de seu<br />
mundo (NACIONAL ASSOCIATION FOR MUSIC THERAPY apud BRUSCIA, 2000).<br />
Assim sendo, por ela estar imbricada com o fazer musical, ou seja, com a produção e criação<br />
de sons, com a movimentação e a expressão corporal, ela pode privilegiar a interação entre<br />
corpo, som e música, originando corpos sonoros.<br />
A expressão “corpo sonoro” é comumente <strong>em</strong>pregada <strong>em</strong> trabalhos acadêmicos da<br />
área de <strong>Música</strong> e de Musicoterapia 1 (BRANDÃO e LEÃO, 1998, p.46; TOURINHO, 2002;<br />
DANTAS, 2005, p.8; MILLECO, 2001, p.5, QUEIROZ, FIGUEIRÊDO e RIBEIRO, 2006,<br />
p.4), muito <strong>em</strong>bora não venha acompanhada de um conceito b<strong>em</strong> definido. Aparece ora<br />
relacionada aos ritmos e sons internos do ser humano, ora aos sons expressos por várias vozes<br />
<strong>em</strong> conjunto; outras vezes, v<strong>em</strong> associada à constituição da própria música ou, ainda, como<br />
sinônimo de instrumento musical.<br />
Optou-se, nesta pesquisa, por considerar as seguintes concepções: a) “um corpo<br />
toma o nome de corpo sonoro, quando, estando <strong>em</strong> vibração, produz som” (NOGUEIRA,<br />
1941, p.3); b) “quando o hom<strong>em</strong> se percebe como um instrumento, como um corpo sonoro, e<br />
descobre que estes sons pod<strong>em</strong> ser organizados, nasce a música” (MILLECO, 2001, p.5). No<br />
sentido de compl<strong>em</strong>entar os conceitos acima, vinculando-os mais ao campo terapêutico, fezse<br />
uma aproximação dos mesmos com o conceito de “corpos vibráteis”, apresentado por<br />
Liberman (1997, p.375):<br />
corpos que passam a tocar e ser tocados, não apenas no que se refere à<br />
matéria-corpo (orgânico), mas também na dimensão dos afetos. Corpos que<br />
possam sair da dureza do contato e da obstrução de seus efeitos e produzir<br />
1 Importante ressaltar que o IX Fórum Paulista de Musicoterapia, realizado <strong>em</strong> março de 2009, teve como t<strong>em</strong>a<br />
principal: “Instrumento <strong>em</strong> Musicoterapia: das ondas ao corpo sonoro”.