03.09.2014 Views

EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

66<br />

a ideologia desta indústria promove o conformismo que substitui a<br />

consciência, criando dependência e servidão, manipulando gosto e<br />

produzindo ao mesmo t<strong>em</strong>po uma aparência de liberdade, com o que arrasa o<br />

desenvolvimento de um senso e de uma prática críticos (p.57).<br />

Dessa forma, acredita-se que o musicoterapeuta deve estar atento aos processos de<br />

hibridação e também à dimensão ideológica das produções musicais cont<strong>em</strong>porâneas. A<br />

hibridação, para Canclini (2000, p.2), são “os processos socioculturais <strong>em</strong> que estruturas e<br />

práticas, que existiam de forma separada, se combinam para gerar novas estruturas, objetos ou<br />

práticas”. Pode-se pensar, ainda, na hibridação como o cruzamento das representações<br />

sociais. Nesse sentido, as músicas presentes no setting e a própria musicalidade do cliente<br />

pod<strong>em</strong> partir das misturas e fusões dos diferentes grupos sociais nos quais ele está inserido ou<br />

pod<strong>em</strong> ser provenientes de imposições ideológicas, de produtos veiculados pela mídia<br />

desarticulados de sua identidade.<br />

Considerando a perspectiva apresentada por Milleco (1998), surge o<br />

questionamento: o setting musicoterapêutico poderia tornar-se um espaço para promover<br />

novas referências estéticas aos clientes? O autor comenta que a musicoterapia caracteriza-se<br />

pela<br />

possibilidade de transitar <strong>em</strong> diferentes campos da cultura, construindo um<br />

senso estético e crítico, aberto a diversas formas de expressão musical.<br />

Muitas vezes estar<strong>em</strong>os r<strong>em</strong>ando contra a correnteza da massificação,<br />

transgredindo o instituído, preservando a diversidade cultural, construindo<br />

um devir diferencial, favorecendo uma percepção/expressão mais atenta a<br />

arte musical (MILLECO, 1998, p.34)<br />

Essa diversidade cultural é marcante no setting muscicoterapêutico, cabendo,<br />

algumas vezes, ao musicoterapeuta seguir a correnteza da massificação, utilizando “músicas<br />

de massa” para acessar o cliente e, muitas vezes, articulando el<strong>em</strong>entos musicais antagônicos<br />

e contraditórios.<br />

Acredita-se, também, que essa visão crítica do musicoterapeuta deve estender-se a<br />

si mesmo. Conhecer as suas próprias representações sociais, isto é, as representações que<br />

foram construídas <strong>em</strong> conjunto com os grupos sociais que o cercam pode auxiliá-lo na

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!