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EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

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O grande diferencial da Musicoterapia é a música. Por mais que essa afirmação<br />

pareça redundante, a chamada a essa reflexão se faz necessária por evidenciar o uso da arte<br />

musical como el<strong>em</strong>ento primordial nesse processo terapêutico. Não apenas como uma forma<br />

de mobilização de <strong>em</strong>oção e sentimentos, mas como aquela que nutre a relação cliente/grupo -<br />

musicoterapeuta. Considerando as aplicações terapêuticas da música, Aigen (1998, apud<br />

QUEIROZ, 2003, p.61-62) destaca:<br />

seu valor catártico, seu valor como um dispositivo projetivo, sua habilidade<br />

para evitar as defesas, sua habilidade para alcançar áreas pré-verbais de<br />

conflito intra-psíquicos, suas qualidades transpessoais ou curativas, sua<br />

capacidade para facilitar a expressão <strong>em</strong>ocional, sua habilidade para<br />

funcionar como objeto transicional, seu valor simbólico, entre outros.<br />

Nota-se ainda a característica peculiar da música que, ao contrário de outras artes,<br />

é efêmera, abstrata, não palpável. Mesmo que seja gravada, a reprodução de uma música se<br />

esvanece no t<strong>em</strong>po, o que favorece sua exploração, estimula a criação, a re-criação,<br />

permitindo a fuga do pré-determinismo. Nogueira (2009, p.39), comparando a experiência<br />

auditiva à visual, mostra que<br />

o som é muito menos atado ao domínio material do que os objetos da visão.<br />

Estes têm um sentido de solidez, clareza e objetividade, características<br />

notavelmente ausentes na experiência auditiva. (...) A visão diz mais respeito<br />

a coisas e objetos, enquanto a experiência do som se volta mais para<br />

processos que para coisas, é fundamentalmente equívoca, polivalente e<br />

indeterminada. Livre de materialidades, o som consiste então <strong>em</strong> uma<br />

<strong>em</strong>anação <strong>em</strong> várias direções ao mesmo t<strong>em</strong>po.<br />

Sobre os símbolos sonoros, o autor ainda observa que estes possu<strong>em</strong> “notável<br />

fluidez, uma vez que geralmente pod<strong>em</strong>os articular e perceber mudanças de estado no meio<br />

sonoro mais rapidamente do que faz<strong>em</strong>os <strong>em</strong> relação aos padrões de luz” (ibid., p.40).<br />

Os estímulos musicais são capazes de produzir efeitos variados sobre o organismo<br />

e psiquismo humano. No âmbito físico, McClellan (1994) esclarece que os efeitos físicos do<br />

som, por seu deslocamento no ar mediante ondas de pressão molecular, pod<strong>em</strong> ser sentidos<br />

corporalmente, provocando reações como: mudanças no metabolismo; alterações da<br />

respiração, do pulso, da pressão arterial; ativação das glândulas de secreção interna; atuação<br />

no córtex cerebral, no ritmo cardíaco, no sist<strong>em</strong>a neuroendócrino.

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