EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG
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A educação vinculava-se à prática do cotidiano, s<strong>em</strong> um espaço específico para<br />
aprender. Empenhados na descoberta de formas primárias de sobrevivência, o mais experiente<br />
era qu<strong>em</strong> ensinava aos outros indivíduos, por meio de um processo de imitação (CARO e<br />
GUZZO, 2004). Essa forma de educação ainda é vista na atualidade, através dos contatos<br />
familiares e sociais. Porém, com o surgimento da escola e do processo institucionalizado de<br />
instrução, alterações significativas ocorreram no modo de educar.<br />
Para Saviani (2005), o processo de institucionalização da educação foi correlato<br />
ao processo de surgimento da sociedade de classes e do aprofundamento da divisão do<br />
trabalho.<br />
Assim, se nas sociedades primitivas, caracterizadas pelo modo coletivo de<br />
produção da existência humana, a educação consistia numa ação espontânea,<br />
não diferenciada das outras formas de ação desenvolvidas pelo hom<strong>em</strong>,<br />
coincidindo inteiramente com o processo de trabalho que era comum a todos<br />
os m<strong>em</strong>bros da comunidade, com a divisão dos homens <strong>em</strong> classes a<br />
educação também resulta dividida; diferencia-se, <strong>em</strong> conseqüência, a<br />
educação destinada à classe dominante daquela a que t<strong>em</strong> acesso a classe<br />
dominada. E é aí que se localiza a orig<strong>em</strong> da escola (p.234).<br />
A palavra "escola", de acordo com esse mesmo autor, deriva-se do grego, que<br />
significa "lugar do ócio", sendo prerrogativa dos m<strong>em</strong>bros da classe dominante que<br />
dispunham de t<strong>em</strong>po livre. Concomitante à educação escolar, a educação da maior parte da<br />
população continuava a coincidir com o processo de trabalho, na aprendizag<strong>em</strong> dos ofícios<br />
(SAVIANI, 2005).<br />
Todavia, com a Revolução Industrial, o que antes era destinado a uma classe<br />
específica, estendeu-se a todas as camadas sociais. A indústria exigia uma mão-de-obra<br />
especializada e as profissões, que por tradição eram ensinadas de pai para filho, tornaram-se<br />
ineficientes e ultrapassadas.<br />
As transformações provenientes da industrialização, <strong>em</strong> torno da metade do<br />
século XIX, propiciaram uma sist<strong>em</strong>atização da Pedagogia Social como ciência e como<br />
disciplina, destituindo-se de um modelo caritativo e desenvolvendo-se dentro de políticas<br />
assistencialistas e sociais. Conforme explicita Mollenhauer (1959 apud OTTO, 2009, p. 32),<br />
“<strong>em</strong> termos histórico-sociais, a orig<strong>em</strong> da ação pedagógica social está firm<strong>em</strong>ente ligada aos<br />
processos de industrialização e de urbanização, que causaram novos probl<strong>em</strong>as sociais pela<br />
fragmentação da sociedade agrária tradicional”.