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EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

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um instrumento musical, da voz ou do corpo, originando criações melódicas, harmônicas e/ou<br />

rítmicas. Ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que se promove uma desinternalização de materiais e<br />

estruturas por meio de uma catarse, essa experiência proporciona um processo de<br />

internalização de novas formas, materiais e estruturas geradas pela livre exploração<br />

(BARCELLOS, 1994).<br />

A técnica da re-criação musical, diferent<strong>em</strong>ente da improvisação, parte de um<br />

el<strong>em</strong>ento conhecido, de um modelo. É oferecida uma estrutura para que o cliente des<strong>em</strong>penhe<br />

um comportamento ou um papel específico. Mais do que reproduzir, há a possibilidade de<br />

transformar.<br />

Na composição musical t<strong>em</strong>-se também um processo de criação, porém<br />

posteriormente a este é feito o registro. Portanto, aquilo que inicialmente foi improvisado<br />

toma forma, organiza-se e codifica-se. Geralmente, os aspectos mais técnicos do processo são<br />

de responsabilidade do musicoterapeuta, que adequa o desejo do cliente à sua capacidade<br />

musical.<br />

A audição musical é uma das experiências mais conhecidas, já que, <strong>em</strong> geral, as<br />

pessoas part<strong>em</strong> do princípio de que Musicoterapia é ouvir músicas que produzam uma<br />

sensação relaxante e agradável. Entretanto, o foco dos atendimentos musicoterapêuticos não<br />

se restringe na promoção de uma sensação prazerosa, mas este é determinado pela<br />

necessidade do cliente. A escolha das peças também não é feita aleatoriamente, mas “de modo<br />

a potencializar no encontro com a música um encontro do cliente consigo mesmo”<br />

(PIAZZETTA, 2005, p.1294). Ao considerar que o hom<strong>em</strong> pós-moderno vive um ambiente<br />

ruidoso, que faz com que ele se distancie cada vez mais de si mesmo, a experiência de<br />

audição pode se tornar extr<strong>em</strong>amente valorosa.<br />

Para Sekeff (2002), no exercício da escuta ouve-se o discurso musical, mas<br />

também ouve-se a si mesmo, <strong>em</strong> razão da lacunosidade da música. “Como processo lacunar,<br />

incompleto de si, a escuta nos permite então ouvir uma fala diferente, que indo além do texto,<br />

não nos diz só do outro, mas do outro <strong>em</strong> nós, possibilitando-nos tomar a palavra” (ibid.,<br />

p.28).<br />

Em Musicoterapia, ao contrário da recomendação de obras musicais para<br />

determinadas patologias, considera-se a Identidade Sonora individual, isto é, a história<br />

sonoro-musical passada e atual do cliente (vivências sonoras intra-uterinas, do nascimento,<br />

infantis etc.). Além da Identidade Sonora individual ou ISO gestáltico, considera-se também<br />

o ISO compl<strong>em</strong>entário, o ISO grupal e o ISO universal (BENENZON, 1985).

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