EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG
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Considerando os aspectos psicológicos, <strong>em</strong>ocionais, ao experienciar a música<br />
ativamente pod<strong>em</strong> ser identificadas reações diversas que tanto pod<strong>em</strong> ocasionar benefícios<br />
quanto malefício ao ser humano. A música pode provocar alterações no humor; alterar o<br />
t<strong>em</strong>po mental; incitar a variadas ações; despertar medo, raiva, ódio, amor, etc.<br />
Quanto aos efeitos sociais que essa arte ocasiona, Cunha (2007) afirma que, por<br />
agregar muitas pessoas ao redor de uma fonte sonora compartilhando de um mesmo fato<br />
social, a música é a mais social das manifestações humanas.<br />
ao compartilhar músicas, as pessoas asseguram um espaço social individual<br />
e coletivo. As pessoas usufru<strong>em</strong> de um mesmo fato cultural que passa a se<br />
constituir <strong>em</strong> um significado pessoal e diferenciado para cada um. Ao<br />
compartilhar suas músicas, o ser humano garante espaços de convivência e<br />
participação social, reorganizando-se <strong>em</strong>ocionalmente, reafirmando pautas<br />
identitárias e preferências musicais (CUNHA, 2007, p.6).<br />
Para a musicoterapeuta Juliette Alvin (apud SEKEFF, 2002), a música é a mais<br />
social de todas as artes, criando comunicação entre as pessoas de múltiplas maneiras, já que<br />
nas atividades musicais o executante veicula e socializa conteúdos ao ouvinte, ainda que de<br />
modo indireto, como <strong>em</strong> uma performance gravada.<br />
Moura Costa (1989) e Barcellos (1992) ressaltam, no entanto, que a musicoterapia<br />
não deve se pautar apenas nos efeitos da música, mas sim nos sentidos e significados que são<br />
atribuídos a ela <strong>em</strong> cada caso específico. Diferent<strong>em</strong>ente das concepções da música como<br />
arte, que implicam na valorização de sua autonomia, a música, na abordag<strong>em</strong> da<br />
musicoterapia, não é percebida como “um fim <strong>em</strong> si mesma”, mas como uma estrutura<br />
simbólica na sua possibilidade de significar e propiciar transformações.<br />
O caráter polivalente da música permite que a musicoterapia seja um campo do<br />
representacional dotado de inúmeras possibilidades. Ao propor uma sist<strong>em</strong>atização da práxis<br />
musicoterapêutica, Bruscia (2000) identificou quatro principais experiências musicais <strong>em</strong><br />
musicoterapia: improvisar, re-criar, compor e ouvir música 11 . É importante salientar que cada<br />
uma destas refere-se a objetivos terapêuticos específicos, com aplicações terapêuticas<br />
diferenciadas, além de ter<strong>em</strong> suas variações e poder<strong>em</strong> ser utilizadas de forma combinada.<br />
Improvisar é sinônimo de “brincar” musicalmente, ou seja, cria-se uma situação<br />
para que qualquer coisa aconteça. Esse expressar-se espontâneo pode ser realizado através de<br />
11 Enquanto Barcellos (1998) defende o uso do termo “técnicas musicoterápicas”, Bruscia (2000) denomina essas<br />
mesmas práticas como “métodos”.