03.09.2014 Views

EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

152<br />

Devido às representações existentes de perigo e risco, o medo apresenta-se, nesses<br />

educadores, como um sentimento velado, não declarado, capaz de paralisar algumas ações.<br />

Durante as experiências musicais de composição, improvisação e dramatização, vivenciadas<br />

nos encontros musicoterapêuticos, o medo foi evidenciado através dos el<strong>em</strong>entos musicais.<br />

Embora o discurso verbal fosse marcado pelo desejo de transformação, o discurso musical<br />

apresentava ritmos, melodias e gestos musicais repetitivos, s<strong>em</strong> grandes alterações, marcados<br />

pela previsibilidade; a maioria dos corpos apresentavam-se contidos, com gestos acanhados;<br />

os atos de criação ficaram restritos a formas e desfechos convencionais. Isto pode ser visto, de<br />

forma mais específica, na composição musical “Transformação” (Anexo VII) criada pelo<br />

grupo I no terceiro encontro e também, durante a improvisação musical deste mesmo grupo,<br />

no quarto encontro, <strong>em</strong> que os participantes quiseram se expressar de forma mais intensa, mas<br />

não chegaram a fazê-lo de fato. Ainda, nas dramatizações musicais dos dois grupos, que<br />

encenaram com exatidão cenas do cotidiano, mesmo tendo a possibilidade de realizar<br />

alterações nas mesmas, criar outros enredos e utilizar outros recursos <strong>em</strong> suas produções<br />

corporais, sonoras e musicais. O silêncio, presente <strong>em</strong> alguns momentos do processo grupal,<br />

pode ser entendido como uma evitação ao contato com o novo, fundamentado no medo do<br />

desconhecido, daquilo que está por vir; além das dificuldades <strong>em</strong> tomar decisões <strong>em</strong> conjunto<br />

e a resistência <strong>em</strong> expor opiniões que pudess<strong>em</strong> desagradar ou gerar conflitos, como visto no<br />

nono encontro do grupo I.<br />

Ao mesmo t<strong>em</strong>po, essa imag<strong>em</strong> do ambiente de trabalho mostra-se permeada de<br />

consciência da necessidade vital de não se perder a esperança e a vontade de mudança. A<br />

percepção do sentimento de esperança e do desejo de humanização do ambiente de trabalho<br />

como el<strong>em</strong>entos importantes para a continuidade do des<strong>em</strong>penho das funções específicas de<br />

cada profissional, durante os atendimentos musicoterapêuticos, esteve ligada à beleza, à<br />

sensibilidade, ao poético. Isto ficou evidenciado na expectativa positiva dos educadores<br />

quanto ao trabalho musicoterapêutico, <strong>em</strong> várias músicas trazidas pelo grupo, tais como:<br />

“Mais uma vez” de Renato Russo; “Tocando <strong>em</strong> frente” de Almir Sater; e “Oração pela<br />

Família”, de Padre Zezinho; nas imagens escolhidas no segundo atendimento, e também na<br />

utilização de el<strong>em</strong>entos coloridos e com brilhos nos painéis musicais elaborados no nono<br />

encontro, dos Grupos I e II (ver Anexo VIII e X).<br />

Assim, sentimentos e percepções diversos conviv<strong>em</strong> de forma conflituosa nesses<br />

espaços. A crença de que o adolescente esta além do crime que cometeu, rompendo com os<br />

estigmas da sociedade, e o sentimento de <strong>em</strong>patia, numa tentativa de compreender melhor o

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!