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Pobreza e Desigualdades - O Laboratório - UFRJ

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uma onda de cidadania | 123Isso gerou outra incompreensão porparte da opinião pública?Anna Peliano – De certa maneira, sim. Afocalização, nesse sentido de restrição dedireitos, era justamente o oposto do quequeríamos. Buscávamos oferecer um tratamentodiferenciado para que os municípiosselecionados pudessem ter acesso aprogramas universais. A única forma dese garantir acesso universal é tratar diferenciadamenteos que têm mais dificuldades,os mais pobres. Não adianta dizerque a educação é para todos, se nem todostêm sequer como chegar à escola. NoComunidade Solidária, não se defendiaque políticas de Estado, como as de educaçãoe saúde, fossem só para os mais pobres,mas queríamos garantir que aquelesque são sempre excluídos também pudessemter acesso ao atendimento público. Asecretaria executiva do Comunidade Solidáriabuscava a universalização, mas nãohouve jeito de passar a mensagem de quenosso tratamento diferenciado não era focalização.Talvez tenha contribuído paraessa imagem a seleção de municípios maispobres e a exclusividade do programa decestas básicas, que tinha uma grande visibilidade.O fato é que tivemos um graveproblema de comunicação e pagamos opreço de não pensar uma estratégia dedivulgação que pudesse explicar claramenteo trabalho da secretaria executivado Comunidade Solidária.Uma vez, ao conversar com uma jornalistasobre as nossas funções e exporseus objetivos – organizar e articular asações de governo e promover a sua implantaçãode forma integrada –, ela medisse que era um objetivo muito bonito,mas difícil de ser comunicado à sociedade.Sei que não é fácil explicar o que pareceser óbvio. Precisa mesmo de uma instânciapara garantir prioridades e articular açõesde governo? Como? Não deveriam sersempre integradas e articuladas? Essaseram perguntas comuns.Por que você deixou o ComunidadeSolidária?Anna Peliano – Fiquei como secretáriaexecutiva durante todo o primeiro mandatodo presidente Fernando Henrique.Foi um tempo importante para lançar asbases da estratégia do Comunidade Solidáriacomo uma política pública. Comoenvolvia uma mudança de cultura na administração,o período necessário para suaconsolidação é, naturalmente, muito maislongo. E eu diria que exige um esforço permanentedo governo. Aliás, a nossa estratégiafoi retomada, no segundo mandato,

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