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Pobreza e Desigualdades - O Laboratório - UFRJ

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democracia se faz com participação | 73Mapa da FomeElaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e divulgadoem 18 de março em 1993, poucos dias após o lançamento da Ação da Cidadania,o Mapa da Fome se transformou em uma estratégia para dar visibilidade àscondições de vida da população mais pobre. O número de pessoas que viviamabaixo da linha da pobreza apontado pelo estudo – 32 milhões – foi um dosprincipais instrumentos usados para fomentar o debate público em torno daquestão. O número, na ocasião, correspondia à população da Argentina.Com os dados do Mapa da Fome em mãos, e utilizando-se de sua facilidade emmobilizar a sociedade civil, Betinho conseguiu ter a imprensa como aliada nadivulgação dos dados produzidos pelo Ipea: “A fome é exclusão. Da terra, da renda,do emprego, do salário, da educação, da economia, da vida e da cidadania. Quandouma pessoa chega a não ter o que comer, é porque tudo o mais já lhe foi negado”,declarou Betinho em um artigo publicado, em setembro de 1993, noJornal do Brasil.Ivônio Barros, que participou ativamente da Ação da Cidadania, confirma:“Betinho aproveitou um grande potencial apresentado pela equipe de estudossociais do Ipea, coordenada pela Anna Peliano, com a disposição do presidenteda República em estar diretamente ligado ao processo”. Nathalie Beghin trabalhouna elaboração do documento e revela quem teve a idéia de elaborá-lo:“Foi nossa equipe que produziu, a pedido do Betinho, o estudo chamado deMapa da Fome, que divulgou a existência de 32 milhões de pessoas que nãodispunham de renda sequer para se alimentar”.Anna Peliano, que atualmente coordena a área de estudos de responsabilidadesocial do Ipea, complementa: “Em uma reunião no Ipea, Betinho nos fezessa encomenda. Ele disse: ‘Eu queria que vocês fizessem um mapa da fome.Gostaria de saber onde estão os alimentos, onde estão as pessoas que passamfome, e como fazer uns chegarem até os outros’. Inicialmente, contestamos essetipo de levantamento. Primeiro, porque o acesso aos alimentos não era umaquestão de logística, de fazer chegar o alimento, e sim de garantir renda para a

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