T - GIL FILHO, SYLVIO FAUSTO.pdf - Universidade Federal do Paraná

Entre outros problemas da década estava a cooptação da Igreja Romana
com as minorias ortodoxas nacionais que passaram a configurar uma concorrência
com a Igreja Oriental.
O contexto de meados dos século XIX estava permeado de dificuldades
conjunturais que só viriam a ser superadas em parte com as iniciativas dos papas
Bento XV e Leão XIII entre 1914 e 1939. A ação destes dois papas consolidaria a
integração institucional do Oriente Católico à Igreja Romana.
Bento XV considerava que o princípio da catolicidade deveria se impor as
diferenças nacionais ou étnico-culturais. Esta seria a base pela qual a Igreja Oriental
ocuparia a mesma posição apostólica.
No entanto, a crise política nos Estados onde a Igreja Ortodoxa tinha até
então primazia, como a queda do czar na Rússia, o nacionalismo turco em
Constantinopla e a situação na Palestina, adiou a materialização destas iniciativas
unionistas.
O Papa Bento XV tentou preparar condições oportunas para o ingresso da
Igreja Oriental na unidade Católica. Sua tentativa foi de levar em consideração a
primazia do princípio da catolicidade como norteadora da própria unidade cristã
Segundo o parecer de AUBERT & HAJJAR (1976, p. 62):
Em Constantinopla, a evolução política adquiria um aspecto desfavorável para o
nacionalismo turco. Na Geórgia, na Anatólia e no Kurdistão, comunidades cristãs inteiras
pareciam olhar para a Sé romana. Em seu discurso de 10 de março de 1919, Bento XV
rememorou o interesse que levava o catolicismo romano ao oriente. Mandou estudar (...)
as condições em que se deveria operar se uma igreja dissidente inteira pedisse para voltar
à unidade católica. Alguns documentos confidenciais que chegaram ao nosso
conhecimento demonstram que essa perspectiva parecia então muito próxima. Todavia a
conjuntura política da época, muito instável, não permitiu, finalmente, que se tomasse
qualquer atitude decisiva nesse domínio.
O resgate da unidade católica, que chega ao auge nos trabalhos do
Concilio Vaticano II, manteve sempre a coerência do princípio de unicidade da Igreja
e a idéia de restauração, conclamando os dissidentes a retornarem ao seio da Igreja
Mater.
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