T - GIL FILHO, SYLVIO FAUSTO.pdf - Universidade Federal do Paraná
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2.2.2 - A Fronteira Missionária e de Evangelização<br />
O Decreto Ad Gentes sobre a atividade missionária da Igreja Católica<br />
apresenta, em nosso estu<strong>do</strong>, a segunda fronteira relevante na configuração da<br />
territorialidade católica, ou seja, a fronteira missionária ou de evangelização. Esta<br />
fronteira se reveste de nova roupagem na ótica <strong>do</strong> Concilio Vaticano II. Muito<br />
embora a dialética entre missão e tradição esteja presente em vários contextos<br />
históricos de atuação da Igreja Católica, a atividade missionária é um atributo<br />
constante, "a Igreja peregrina é por sua natureza missionária" (Decreto Ad Gentes in<br />
Compêndio <strong>do</strong> Vaticano II, 2000, p. 352).<br />
Por missão entende-se a ontologia "...a Igreja cumpre sua missão quan<strong>do</strong><br />
em ato pleno se faz presente a to<strong>do</strong>s os homens ou povos, a fim de levá-los à fé, à<br />
liberdade e paz de Cristo,(...)"( Decreto Ad Gentes in Compêndio <strong>do</strong> Vaticano II,<br />
2000, p. 356). A reafirmação <strong>do</strong> caráter missionário da Igreja repercute de mo<strong>do</strong><br />
diverso em vários contextos. Consideramos seis composições regionais principais<br />
identificáveis da territorialidade católica, que, em termos gerais, possuem as<br />
seguintes características:<br />
(i) A primeira refere-se às regiões onde o catolicismo é religião<br />
hegemônica, e assume características de resgate de uma<br />
catolicidade presente fora da instituição, como é o caso da América<br />
Latina e, em especial, <strong>do</strong> Brasil.<br />
(ii) A segunda trata de regiões onde o catolicismo é minoria, mas a<br />
maioria é cristã não-católica, sen<strong>do</strong> o caráter missionário limita<strong>do</strong><br />
pela disputa territorial. Neste caso não existe um monopólio <strong>do</strong><br />
sagra<strong>do</strong> por parte da Igreja Católica e esta situação impõe uma<br />
atuação étnico-cultural específica entre imigrantes, como é o caso<br />
<strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s da América. Duas Igrejas convivem: uma<br />
tradicional onde os fiéis são na maioria anglo-saxões, e outra de<br />
caráter imigrante destina<strong>do</strong> aos povos hispânicos. As relações entre<br />
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