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T - GIL FILHO, SYLVIO FAUSTO.pdf - Universidade Federal do Paraná

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Contu<strong>do</strong>, há uma relativizaçâo <strong>do</strong> reconhecimento pelos enunciatários <strong>do</strong><br />

ato autoriza<strong>do</strong>r <strong>do</strong> enuncia<strong>do</strong>r em proferir o discurso. No dizer de BOURDIEU (1996,<br />

p. 95), "a eficácia simbólica das palavras se exerce apenas na medida em que a<br />

pessoa-alvo reconhece quem a exerce como poden<strong>do</strong> exercê-la de direito." Ainda<br />

mais, "tal eficácia repousa completamente na crença que constitui o fundamento <strong>do</strong><br />

ministério, esta ficção social, e que é muito mais profunda <strong>do</strong> que as crenças e os<br />

ministérios professa<strong>do</strong>s e garanti<strong>do</strong>s pelo ministério.".<br />

O autor repassa a crise religiosa além <strong>do</strong> universo de representações e a<br />

coloca no plano das relações sociais.<br />

Sob o ponto de vista social, o rito em muito investiu de senti<strong>do</strong> o dizer<br />

institucional, pois o rito consagra alguns em relação a outros para a experiência <strong>do</strong><br />

sagra<strong>do</strong> ou a autorizada experiência <strong>do</strong> sagra<strong>do</strong>. A dessacralização <strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />

promoveu a ruptura entre o sistema ritual e o sistema semântico, esvazian<strong>do</strong> o<br />

senti<strong>do</strong> e colocan<strong>do</strong> o discurso religioso fora de contexto.<br />

Cada rito visa consagrar e legitimar, ou seja, permitir a ação reconhecida<br />

no mun<strong>do</strong> social. Quan<strong>do</strong> o rito de instituição é relativiza<strong>do</strong>, coloca-se em dubiedade<br />

a ação performática, relatividade presente na pluralidade, na multiplicidade <strong>do</strong>s<br />

senti<strong>do</strong>s onde o conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong> que se fala não encontra referências na prática social.<br />

A partir de uma apreciação detida <strong>do</strong> discurso religioso católico podemos<br />

apontar as seguintes caraterísticas distintivas:<br />

(i) A dialética entre o único e o plural como dinâmica na<br />

articulação <strong>do</strong> discurso.<br />

(ii) A tipologia <strong>do</strong> discurso religioso como sacro ou em direção<br />

ao sagra<strong>do</strong>.<br />

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