T - GIL FILHO, SYLVIO FAUSTO.pdf - Universidade Federal do Paraná

Relativo à diocese: "Vive-se a comunhão intermediária, a da Igreja
particular ou diocese, que serve de ligação entre as bases menores e a universal. De
igual modo, vive-se a comunhão entre as dioceses, em nível nacional e regional,
comunhão que é expressa nas Conferências Episcopais 27 e em nível latino-
americano, no CELAM."
Relacionado à Sé Romana: "Existe a comunhão universal que nasce da
vinculação com a Sé Apostólica e com o conjunto das Igrejas de outros continentes.
A Igreja da América Latina tem consciência de sua vocação específica, do papel que
desempenha e da contribuição que dá para o conjunto da Igreja universal e para
essa comunhão de Igrejas que tem sua expressão culminante em nossa adesão ao
Santo Padre, Vigário de Cristo e Supremo Pastor" (CONCLUSÕES DA III
CONFERÊNCIA GERAL DO EPISCOPADO LATINO-AMERICANO Texto Oficial
Puebla de los Angeles, México, 27-1 a 13-2 de 1979, p. 45)
Muito embora a articulação horizontal das estruturas eclesiais seja
apontada, o que perpetua a Igreja enquanto instituição é sua articulação vertical e
hierárquica. Toda a ação na fronteira da evangelização, muito embora baseada nas
estruturas de base como as paróquias e as escolas, segue a lógica da ação
hierarquizada.
Neste contexto, reconhecemos um dilema: o diagnóstico da multiplicação
de dioceses, fragmentando o poder dos bispos, e a escassez de sacerdotes que
contribuí para uma instituição religiosa voltada mais para o clero do que para a
massa dos leigos e religiosos. O conceito de "Igreja Popular" que parte da própria
religiosidade do povo aponta para um embate no que tange ao caráter institucional
da Igreja. A existência de uma Igreja de caráter popular comprometida com as
classes populares remete a negação de uma Igreja institucional articulada com o
poder temporal e, por conseguinte comprometida com as elites. A têmpera deste
27 A caracterização das Conferências Episcopais são discutidas no capítulo 04.
118