T - GIL FILHO, SYLVIO FAUSTO.pdf - Universidade Federal do Paraná
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Da periferia ao centro, podemos distinguir as seguintes relações:<br />
(i) os reinos da política, <strong>do</strong> sagra<strong>do</strong> e <strong>do</strong> ethos que se expressam<br />
enquanto representação social;<br />
(ii) o círculo das categorias de mediação, o mito, o discurso, a<br />
identidade e o símbolo que permitem a visibilidade e as nuanças das<br />
categorias centrais;<br />
(iii) o círculo das categorias centrais, o poder, o fato religioso e a prática<br />
(figura. 05).<br />
social, cujo movimento de interação deriva <strong>do</strong> conceito de espaço de<br />
representação.<br />
Reservamos uma autonomia ao fato religioso e suas conexões de um la<strong>do</strong><br />
quan<strong>do</strong> se realiza como prática social forman<strong>do</strong> o ethos social, e de outro ao exercer<br />
o poder materializan<strong>do</strong> uma ação institucional referendada pelo monopólio <strong>do</strong><br />
sagra<strong>do</strong>.<br />
Neste senti<strong>do</strong>, evidenciamos a inteligibilidade <strong>do</strong> fato religioso, tanto na<br />
teoria das representações sociais como, sobretu<strong>do</strong>, na especificidade <strong>do</strong> mesmo<br />
quanto à irredutibilidade <strong>do</strong> sagra<strong>do</strong>. Utilizamos a terminologia de fato <strong>do</strong> latim<br />
factum (feito) no senti<strong>do</strong> da ação ou efeito que é consistente à apreensão <strong>do</strong><br />
conhecimento, corresponden<strong>do</strong> assim não só à materialidade mas também às<br />
relações e ao campo de abrangência <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s.<br />
Antípoda à especificidade <strong>do</strong> fato religioso, na conexão <strong>do</strong> poder com a<br />
prática social, está o reino da política, o que poderíamos qualificar como a ação<br />
institucional profana.<br />
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