T - GIL FILHO, SYLVIO FAUSTO.pdf - Universidade Federal do Paraná

sua gênese. É subvertido pelas relações de poder e pelos atores
que a exercem. A instituição é o reino do controle do grupo, do
indivíduo e do dizer, constituindo assim uma territorialidade onde o
agente principal é a própria instituição, a Igreja.
Sendo assim, a Conferência de Puebla pauta a sua estratégia
evangelizadora para os seguintes grupos sociais:
• A família, com especial ênfase à mulher
• A juventude
• Os indígenas
• Os operários
• Os afro-descendentes
Puebla se apresenta como uma conferência de caráter essencialmente
pastoral e de orientação geral da ação eclesial no continente. Também ressalta os
meios de comunicação social como carentes de evangelização e revela, com maior
ênfase, a tese da "opção preferencial pelos pobres".
Todavia, se a análise do contexto latino-americano é mais profícua nos
aspectos relativos aos métodos para a evangelização, também demonstra uma
tendência mais conservadora em relação a Medellín.
O criticismo presente na representação eclesial da Igreja Latino-americana
do fim da década de 1970 revela a situação de crisis em meio às transformações
sociais e culturais do continente. Mostra a relatividade dos marcos culturais
tradicionais em face da nova rede de relações sociais e políticas que se construíra
no continente, colocando a eficácia simbólica da prática religiosa católica em franco
desgaste.
Outro aspecto da crise está evidenciado no conflito em relação ao avanço
de movimentos cristãos acatólicos e movimentos não-cristãos. Crise, no sentido de
que a identidade hegemônica representada pela Igreja católica passa a encarar com
maior acuidade a mobilidade da pertença religiosa no continente.
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